Ao pedir apoio a acordo, Tsakalotos diz ter sido decisão mais difícil da vida

  • Por Agencia EFE
  • 15/07/2015 19h18

Atenas, 15 jul (EFE).- O ministro das Finanças da Grécia, Euclides Tsakalotos, pediu nesta quarta-feira ao parlamento que vote a favor de um acordo com os países membros da zona do euro, apesar de admitir não saber se vai dar frutos e que a assinatura foi a decisão mais difícil de sua vida.

“A manhã de segunda-feira foi o dia mais difícil da minha vida. Não sei se fizemos o que devíamos fazer. Sei que não tínhamos alternativa”, afirmou Tsakalotos no início do debate no parlamento grego.

A sessão promete ser mais curta do que o esperado para que a votação possa acontecer antes da meia-noite (19h em Brasília) e o pacote de medidas pactuado com os sócios europeus seja aprovado, como é dado por certo, dentro do prazo estipulado.

“Nunca dissemos que se tratava de um bom acordo”, ressaltou o ministro, que afirmou: “a decisão sobre este pacto pesará em mim durante toda minha vida”.

Tsakalotos mostrou dúvidas de que este acordo será capaz de fazer a economia crescer.

“Haverá novas relações entre a economia e o Estado? Haverá novas fontes de financiamento de investimentos? Não sei”, assinalou Tsakalotos.

Ele destacou que muitas das coisas que acontecerão no futuro “dependerão do programa definitivo”, da reforma do sistema de previdência e do fundo criado para a gestão das privatizações, duas das medidas estipuladas com os credores.

O ministro explicou que o governo tentou melhorar o pacote de reformas introduzindo “medidas como a luta contra a evasão fiscal e a corrupção”.

“A única coisa que da qual estou certo é que se não lutarmos contra o sistema político passado, se a esquerda não o fizer, não teremos sucesso”, ressaltou.

Ele ainda afirmou que sua opinião sobre a Europa mudou desde a segunda-feira, o dia da assinatura do acordo.

“Não quero esconder que meus sentimentos sobre a Europa já não são os de antes”, e acrescentou que a União Europeia foi confrontada com um teste sobre “respeitar a democracia”.

Tsakalotos admitiu que o princípio de acordo, que servirá para iniciar as negociações sobre o terceiro resgate, inclui medidas difíceis, como a reforma do IVA, porque o Estado precisa aumentar a arrecadação deste imposto.

Ele defendeu o governo, e argumentou que se esforçou para redistribuir a carga impositiva de forma “mais equitativa, em uma tentativa de reverter as injustiças”, e mostrou seu compromisso de continuar trabalhando pelos gregos que estão enfrentando o pior da crise. EFE

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