Apesar da crise, fabricantes de máquinas agrícolas estão otimistas para 2015

  • Por Agencia EFE
  • 29/04/2015 00h12

São Paulo, 28 abr (EFE).- Fabricantes de máquinas e insumos agrícolas expressaram nesta terça-feira seu otimismo com o setor, apesar da crise vivida pela economia brasileira, que só cresceu 0,1% no ano passado e pode sofrer uma retração de 1% em 2015.

A visão positiva foi mostrada por representantes do segmento que participam da 22ª edição da Agrishow, a principal feira agrícola do país, em Ribeirão Preto (SP).

“Não podemos dizer que estamos crescendo, mas, em comparação com outros setores, a agricultura está em um período negativo muito controlado. Estamos em um momento de ajuste”, afirmou o vice-presidente para a América Latina da New Holland, Alessandro Mariteno.

De acordo com o executivo, a empresa registrou no primeiro trimestre entre 10% e 15% de queda nas vendas em relação ao mesmo período de 2014, mas com expectativas de recuperação no segundo trimestre devido ao Plano Agrícola e Pecuário (PAP), que será anunciado pelo governo em breve.

“Não é uma situação propícia, mas também não é uma situação tão dramática como a do setor automotivo e de caminhões”, afirmou Mariteno, esclarecendo que a New Holland se concentrou neste ano no mercado de grãos, oferecendo uma frota renovada de colheitadeiras.

Apesar do discurso otimista, o resultado negativo da New Holland no primeiro trimestre não é uma exceção. O índice de confiança dos empresários do setor agrícola, medido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em parceria com a Organização de Cooperativas Brasileiras (OCB), variou em fevereiro entre 89,3 e 93,5 pontos, nível considerado como negativo.

“Todos os fabricantes estão reduzindo sua produção para adequá-la à nova realidade do mercado, mas não estamos fazendo nada fora da curva”, disse o executivo da New Holland.

O diretor comercial da Massey Ferguson, Carlito Eckert, foi mais enfático, disse haver um espaço para a renovação da frota de tratores e colheitadeira, e se mostrou otimista em uma recuperação do setor apesar da queda de 45% nas vendas no primeiro trimestre.

“O mercado está trabalhando e o governo deixou claro que em 2015 deve repetir os números de investimento do setor do ano passado. Haverá recursos para os empresários agrícolas”, afirmou.

O presidente da John Deere no Brasil, Paulo Herrmann, igualmente otimista, prevê que a empresa terá neste ano um resultado igual ao de 2014 porque os “fundamentos da agricultura de grãos são positivos”.

Herrmann atribuiu a queda do índice de confiança entre os empresários agrícolas a uma contaminação dos dados macroeconômicos do país no início de 2015.

“Temos problemas de energia, de falta de água, de dengue, de instabilidade política. Tudo isso combinado gera incerteza, mas, no momento em que o produtor começar a colher, tudo será superado”, afirmou. EFE

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