Apesar da rejeição de Maduro, Felipe González mantém sua viagem à Venezuela

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 23h26
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Washington, 14 mai (EFE).- O ex-presidente do governo espanhol, Felipe González, anunciou nesta quinta-feira que manterá sua viagem à Venezuela, programada para segunda-feira, a fim de assessorar à defesa dos líderes opositores presos, Leopoldo López e Antonio Ledezma, apesar da rejeição do governo de Nicolás Maduro.

Em uma comunicação do Ministério das Relações Exteriores venezuelano à embaixada da Espanha em Caracas, à qual a Agência Efe teve acesso, o Executivo de Maduro disse que não considera González “bem-vindo” ao país e advertiu que “não lhe prestará apoio algum” durante sua visita.

“A atitude negativa do governo venezuelano não vai impedir que defenda, por convicção e princípios, aquilo em que acredito”, destacou González, de visita em Washington para discursar em uma entrega de prêmios da Fundação Nacional para a Democracia às esposas dos opositores e à advogada opositora venezuelana Tamara Sujú.

“Já tenho muitos anos, 73. Vivi metade da minha vida em uma ditadura e a outra metade, em uma democracia. Acho que minha genética está mais preparada para suportar a luta contra uma ditadura que a perda de uma democracia que se transforme em uma ditadura”, acrescentou o líder socialista, que governou a Espanha entre 1982 e 1996.

Quando foi perguntado pela imprensa sobre se tinha comprado a passagem para viajar na segunda-feira a Caracas, González respondeu que sim.

Por sua vez, Omar Estacio, advogado de Antonio Ledezma, reiterou hoje à Efe na Venezuela que González deve mesmo chegar a Caracas na próxima segunda-feira.

Estacio explicou que estava previsto que, junto ao ex-presidente do governo espanhol, chegassem também a Caracas no mesmo voo, para apoiar os opositores presos, os ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Lagos (Chile) e Andrés Pastrana (Colômbia), mas que “problemas de agenda de última hora” o impediram.

A decisão de González de defender estes opositores foi desestimada pelas autoridades venezuelanas e, após tornar-se pública, o ex-mandatário espanhol foi declarado “persona non grata” pelo parlamento venezuelano. EFE

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