Apesar de fundamentalismo, Estado Islâmico deve ser encarado como organização política, diz especialista
Com a decaptação do britânico David Haines pelo Estado Islâmico, o mundo ficou ainda mais apreensivo com as ações do grupo que almeja implantar o califato no Oriente Médio. A especialista em história árabe da USP (Universidade de São Paulo) Arlene Clemesha explicou que para impedir o avanço dos terroristas é preciso compreender o fenômeno além da “roupagem religiosa”.
“Ele se proclama desde junho como um Estado. Ou seja, ele tem um projeto, um apelo que é muito político, que é disputar espaço político como um Estado. Então, o primeiro fator, evidentemente, tem sido tratar de que ele não seja reconhecido enquanto um Estado para onde ele poderia expandir”, falou ao jornalista JOVEM PAN Anchieta Filho.
A especialista contou ainda que existem possibilidades de o Estado Islâmico ter recebido financiamento de nações do Oriente Médio quando fazia oposição ao governo iraquiano. “Acredita-se que ele não tenha qualquer financiamento externo hoje, que ele se autofinancia. Mas ele se autofinancia controlando recurso petrolífero. Então, hoje, ele, provavelmente, tem um ingresso de até US$ 3 milhões do contrabando de petróleo extraído do Iraque e, também, da Síria”, falou.
Questionada sobre quem seria o comprador, a Arlene explicou que o EI coloca o petróleo no mercado a um preço muito atraente. Acredita-se que esse petróleo passa pela Turquia, ainda que o governo do país não concorde, o contrabando ocorre. “Essas vias acontecem por contrabandistas, por fronteiras pouco vigiadas e acontece porque o preço é muito atraente”, explicou ao jornalista JOVEM PAN Adalberto Piotto.
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