Apesar do cessar-fogo, Farc ainda intimidam colombianos, segundo Defensoria
Bogotá, 11 fev (EFE).- A Defensoria Pública denunciou nesta quarta-feira que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pressionam e intimidam moradores de 11 dos 32 departamentos do país, apesar da ratificação do cessar-fogo unilateral e indefinido decretado em 20 de dezembro.
As denúncias foram recolhidas pelo Sistema de Alarmes Antecipados da Defensoria e têm a ver com situações de controle da população “por meio de atividades de constrangimento, pressão e intimidação”, segundo um comunicado da instituição.
Putumayo, Córdoba, Cauca, Caquetá, Huila, Nariño, Meta, Guaviare, Arauca, Antioquia e Chocó são os departamentos nos quais, segundo a Defensoria, as Farc fazem ameaças contra a população.
Os fatos mais recentes foram registrados no município de San Miguel, departamento do Putumayo, na fronteira com o Equador, onde 624 famílias “podem estar em risco” pela possível presença de explosivos, segundo a Defensoria.
A informação sobre a suposta instalação destes artefatos começou a circular no último dia 6 de dezembro, através de um panfleto atribuído às Farc, no qual se advertia à população sobre o “risco de transitar por atalhos, montanhas, caminhos alternativos e inclusive nas margens dos rios, assim como a suspensão de atividades como a caça e a pesca”.
Embora a autenticidade do documento não esteja provada, a Defensoria Municipal recopilou depoimentos que confirmaram o alerta e que asseguraram que a guerrilha fez a advertência em resposta às permanentes patrulhas do exército na região.
A Defensoria Pública exortou os grupos armados ilegais a conter esta prática e a contribuir de maneira decidida com a retirada das minas como demonstração de sua vontade de paz.
A entidade acrescenta que também são motivo de preocupação as ameaças recebidas no final de janeiro pelos comerciantes do corregimento Juan José, em jurisdição do município de Puerto Libertado, no departamento caribenho de Córdoba.
Ali os comerciantes tiveram que fechar suas lojas porque, enquanto supostos guerrilheiros das Farc os obrigavam a suspender suas atividades, integrantes das chamadas Autodefesas Gaitanistas lhes exigiam reabrir, sob ameaça de atentar contra sua vida e a de seus familiares.
As Farc negociam em Cuba há 26 meses com o governo colombiano um acordo de paz para tentar pôr fim a meio século de conflito armado. EFE
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