Apoiada em texto da ONU, defesa de opositor venezuelano pede sua libertação
Caracas, 14 out (EFE).- A defesa do dirigente opositor venezuelano Leopoldo López, na prisão há quase nove meses, pediu nesta terça-feira sua imediata libertação no julgamento por delitos penais derivados dos protestos do último mês de fevereiro.
O advogado Juan Carlos Gutiérrez afirmou aos jornalistas fora do Palácio de Justiça em Caracas que a Venezuela deve acatar uma “decisão” do Grupo de Trabalho da Organização das Nações Unidas sobre Detenções Arbitrárias que pede a libertação de López.
“É um pronunciamento que tem que ser acatado imediatamente, em não mais de três dias que se completam hoje”, assegurou o advogado. “Se não o libertam hoje, devem fazê-lo amanhã”, ressaltou.
O Vontade Popular (VP), partido liderado por López, divulgou na semana passada um texto do mencionado Grupo de Trabalho da ONU, datado de 23 de setembro, no qual na seção de “decisões” se estabelece que López é vítima de “uma detenção arbitrária”, segundo os métodos de trabalho deste organismo.
Por sua parte, a esposa de López, Lilian Tintori, declarou hoje em Praga que espera a libertação de seu marido “hoje mesmo”.
“Hoje mesmo teremos notícias (sobre sua libertação). Estou muito feliz e muito orgulhosa dele, porque deu uma demonstração de coragem e heroísmo. Estou cheia de orgulho e fé”, declarou Tintori.
López está recluso em uma prisão militar desde o dia 18 de fevereiro, quando se entregou às autoridades para enfrentar as acusações de instigação pública, formação de quadrilha, danos à propriedade e incêndio pelos fatos violentos ocorridos ao término de uma passeata no dia 12 daquele mês, em uma jornada que se saldou com três mortos.
Nessa data começou uma onda de protestos antigovernamentais na Venezuela, que se prolongou por cerca de quatro meses e que deixou 43 mortos. EFE
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