Após acordo com Prefeitura, antigo Cine Marrocos é reintegrado pacificamente

Ocorreu na manhã deste sábado (15) de maneira pacífica a reintegração de posse do antigo Cine Marrocos, no centro de São Paulo. O prédio, de doze andares, será reformado para abrigar a sede da Secretaria Municipal de Educação.

A reintegração, autorizada pelo juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública da capital, foi executada pela Polícia Militar do Estado com apoio da Defesa Civil municipal e da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

O prédio pertence à Prefeitura e foi ocupado em 2013. Desde então o município tem negociado a saída gradual e pacífica das famílias. Nesses três anos, mais de 120 famílias, das 250 que ocuparam o edifício inicialmente, já deixaram o local em comum acordo com a administração municipal.

A reintegração já poderia ter ocorrido no mês passado. Mas, com a greve dos bancários, a Prefeitura de São Paulo decidiu que o grupo passasse mais um mês no local, uma vez que isso poderia dificultar o recebimento do auxílio-moradia.

As 127 famílias que permaneciam no local já estão cadastradas em programas municipais de proteção. Cerca de 35 famílias em situação de vulnerabilidade têm direito ao auxílio-aluguel.

O Cine Marrocos fica próximo ao Theatro Municipal e o entorno da Rua Conselheiro Crispiniano foi interditado.

Além da ocupação do MSTS (Movimento Sem-Teto), um núcleo criminoso com tráfico de drogas para a região da cracolândia chegou a ocupar o prédio do antigo Cine Marrocos.

Em agosto, ação do Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos da Polícia Civil) prendeu 32 pessoas no centro de São Paulo, inclusive moradores do Cine Marrocos e um candidato a vereador.

De acordo com a Missão Paz, organização da Igreja Católica que mantém a Pastoral dos Migrantes, o prédio chegou a abrigar vários estrangeiros: 253 imigrantes e refugiados de 25 nacionalidades que vieram para São Paulo nos últimos três anos.

Informações do repórter Jovem Pan Tiago Muniz e informações complementares de Estadão Conteúdo