Após detenção, jihadista holandesa resgatada pela mãe comparece perante juiz

  • Por Agencia EFE
  • 21/11/2014 11h42
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Bruxelas, 21 nov (EFE).- A jovem holandesa de 19 anos que foi resgatada por sua mãe após ter viajado há nove meses à Síria para se casar com um ex-militar holandês de origem turca que virou jihadista comparecerá nesta sexta-feira perante um juiz de Maastricht, que decidirá se a acusada permanecerá sob prisão preventiva.

Uma porta-voz da província de Limburgo disse à Agência Efe que a jovem, que adotou na Síria o nome de Aïcha, teve que comparecer perante o Tribunal de Maastricht às 9h30 (em Brasília), após ter sido detida em sua chegada à Holanda sob a suspeita de delitos que ameaçam a segurança do Estado.

A porta-voz também esclareceu que Monique, a mãe de Aïcha, “nunca viajou à Síria” para resgatar sua filha, mas ficou esperando na “fronteira com a Turquia”.

A advogada da família, Françoise Landerloo, tinha dito anteriormente que a mãe esteve na Síria duas vezes para levar sua filha de volta à Holanda.

Também houve problemas depois que o representante do Ministério Público de Maastricht, Roger Bos, cometou o caso em público, quando não devem ser divulgados detalhes, segundo a imprensa holandesa.

A Procuradoria, por enquanto, não intervém no processo judicial, dado que corresponde ao juiz determinar hoje se mantém Aïcha sob detenção preventiva, mas sua opinião será revelada na próxima semana, explicou à Efe a porta-voz.

O que vazou (informação) até agora é que Monique foi à fronteira síria para buscar sua filha depois que esta, conhecida supostamente como Sterlina antes de se transformar em Aïcha, lhe expressou o desejo de voltar para casa após o fracasso de seu casamento com o jihadista turco-holandês Omar Yilmaz, que treinou supostamente combatentes do Estado Islâmico (EI) na Síria.

A jovem holandesa se converteu ao Islã com 18 anos e passou a se chamar Aïcha depois de casar com Yilmaz, com quem teve o primeiro contato ao vê-lo na televisão e manteve relações através das redes sociais.

Em fevereiro, Aïcha e Omar viajaram à Síria e embora a princípio a jovem holandesa manteve o contato com sua família, “desde maio deixou de responder mensagens e e-mails”, segundo explicou Landerloo aos meios de comunicação holandeses.

O marido, em declarações a uma rede de televisão britânica, disse que o casal se separou pouco tempo após viajar até o país árabe, momento no qual a jovem holandesa voltou a ligar para sua mãe, desta vez para que a ajudasse a retornar a seu país.

O caso de Aïcha é só um exemplo do grande número de jovens europeus que viajaram à Síria para se unir às tropas do EI.

Segundo o relatório “A transformação do jihadismo na Holanda”, publicado em outubro pelo Serviço de Inteligência e Segurança holandês (AIVD), são 130 os holandeses que deixaram até agora o país para viajar ao Oriente Médio, dos quais “quase 30 já retornaram e outros 14 morreram nos combates”.

O AIVD, além disso, acredita que os combatentes que retornam da Síria supõem um risco potencial para a segurança do país. EFE

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