Após dificultar bônus, Sabesp dobra lucro

  • Por Estadão Conteúdo
  • 13/05/2016 10h03
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05/08/2014- São Paulo- SP, Brasil- O prazo de atividades do Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira foi prorrogado para 31 de outubro de 2015. A prorrogação da vigência do GTAG-Cantareira considera a atípica situação de escassez de chuvas no Sudeste entre janeiro e julho. Este contexto climático tem resultado em vazões inferiores aos menores valores observados no histórico de monitoramento da bacia do rio Piracicaba, onde estão os principais reservatórios de regularização de vazões do Sistema Cantareira, responsável por parte do abastecimento de água das regiões metropolitanas de São Paulo e de Campinas. Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas Divulgação/Fotos Públicas/Fernanda Carvalho Cantareira sofreu com a seca em 2014

O lucro líquido da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) dobrou no período em que a estatal dificultou a concessão de descontos para quem economizasse água e arrecadou mais com a multa aos “gastões” na região metropolitana. O Balanço, divulgado ao mercado financeiro pela estatal, na última quinta-feira (12), mostra um ganho, no primeiro trimestre deste ano, de R$ 310,6 milhões, valor maior do que o obtido entre janeiro e março de 2015, quando a crise hídrica atingiu seu auge.

Segundo os dados da companhia, o lucro líquido saltou de R$ 318,2 milhões para R$ 628,8 milhões, alta de 97,6%. O valor superou o lucro registrado no primeiro trimestre de 2014, de R$ 477,6 milhões em valores da época. Aquele período foi marcado pelo início declarado da estiagem no Sistema Cantareira, principal manancial que abastece a Grande São Paulo, e pelo início do programa de bônus para quem economiza água. Em março deste ano, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) declarou o fim da crise.

Agora, a receita operacional da Sabesp com prestação de serviços de água e esgoto subiu 28,2% em relação ao primeiro trimestre de 2015, passando de R$ 2 bilhões para R$ 2,57 bilhões. A companhia afirma que os principais fatores responsáveis pelo aumento foram o reajuste de 15,2% na tarifa (desde junho de 2015), o aumento de 1,9% no volume faturado com água e esgoto, a queda na concessão de bônus para quem economiza água e o aumento da arrecadação com a sobretaxa para quem não poupou água na crise.

Só com a multa de até 50% da conta para os chamados “gastões”, a Sabesp arrecadou, entre janeiro e março deste ano, R$ 81,3 milhões a mais do que em igual período de 2015. Já a perda de receita com o programa de descontos de até 30% na fatura de quem economizou caiu R$ 57,4 milhões na comparação entre os dois períodos. 

Isso porque, em janeiro deste ano, a companhia dificultou a concessão do bônus, exigindo consumo 22% menor dos clientes para obtenção do mesmo benefício. A medida fez o porcentual de consumidores beneficiados cair de 70% para 40%. Tanto a multa quanto o descontos foram extintos pela Sabesp neste mês, após o lucro ter caído 40,8% no ano passado.

Reajuste

Na última quinta-feira (12), passou a vigorar o reajuste de 8,45% na tarifa das cidades atendidas pela Sabesp. Quem consome até 10 mil litros por mês pagará R$ 44,76. Anteriormente, o valor era de R$ 41,28.

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