Após legalização, evento distribui 15 mil sementes de cannabis em Washington
Washington, 27 mar (EFE).- Um grupo de 30 ativistas distribuiu na quinta-feira 15 mil sementes de maconha em Washington para celebrar um mês da aprovação da lei que permite fumar, plantar e possuir cannabis, menos vendê-la, na capital federal dos Estados Unidos.
O promotor da legalização da maconha com fins recreativos em Washington, Adam Eidinger, afirmou que mais de duas mil pessoas participaram da primeira das duas reuniões para compartilhar sementes organizada pelo grupo DC Cannabis Campaign.
Esta associação promoveu uma proposta legislativa popular que, nas eleições de novembro passado, foi aprovada por 70,1% dos habitantes do Distrito de Columbia, onde fica a capital federal.
No distrito já era legal o consumo de maconha com fins medicinais, mas a posse era punida com uma multa equivalente a uma multa de trânsito.
Mas há um mês, qualquer pessoa com mais de 21 anos pode portar 60 gramas de maconha, fumá-la em casa ou em espaços privados, compartilhar até 30 gramas e cultivar em sua casa seis plantas, embora só três possam ter flores.
A troca de sementes aconteceu na Rua 18 do bairro de Adams Morgan, no noroeste de Washington, conhecido por sua vida noturna e pelos grafites que adornam as paredes de bares e restaurantes.
“Estivemos distribuindo sementes por quase três horas. Foi um sucesso. Se formaram grandes filas, que davam a volta no quarteirão. As pessoas esperaram uma hora para participar desta troca de sementes”, comemorou Eidinger.
O ativista assegurou que a troca de sementes aconteceu em um ambiente muito descontraído, com a polícia organizando o trânsito e ajudando a canalizar o grande grupo que se aproximou do evento.
Para promover a entrada em vigor da iniciativa, as autoridades locais do Distrito de Columbia, lideradas pela prefeita democrata, Muriel E. Bowser, desafiaram o Congresso, que tentou evitar a legalização da maconha em Washington incluindo no final de ano uma cláusula no orçamento federal.
Com essa cláusula, o Congresso, com autoridade sobre as leis e o orçamento do Distrito de Columbia, que não tem autonomia estadual, proibiu ano passado a prefeitura de regular a venda e cobrar impostos sobre a cannabis.
Por isso, a única forma de ter acesso à maconha é “pedir a um amigo que compartilhe sementes”, uma opção que, segundo Eidinger, parece bastante complicada, por isso decidiu preparar estas trocas.
“Nem todo mundo tem amigos com maconha, portanto promovemos a troca. Eu dei sementes a umas 200 pessoas e, por enquanto, não tenho mais”, explicou o ativista.
Amanhã, sábado, o grupo DC Cannabis Campaign promoverá outra troca de sementes, que além de distribuir maconha, pretende “abrir o debate e levar à frente de batalha a falta de direitos dos cidadãos do Distrito de Columbia”, segundo Eidinger.
A guerra entre o Congresso e as autoridades locais pela legalização da maconha com fins recreativos em Washington fez renascer o descontentamento na capital, que há décadas quer se transformar no 51º estado da União. EFE
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