Após meses de bloqueio, maiores partidos do Kosovo querem governar juntos

Belgrado, 21 nov (EFE).- As duas legendas majoritárias do Kosovo, o Partido Democrático (KDP) e a Liga Democrática (LDK), iniciarão na próxima segunda-feira “intensas negociações” para formar um novo governo após meses de bloqueio institucional e político, informou nesta sexta-feira a imprensa kosovar.

Um pacto de governo entre os líderes do KDP, o primeiro-ministro em fim de mandato, Hashim Thaci, e do LDK, Isa Mustafa, representaria o fim da paralisia em que o Kosovo se encontra desde as eleições gerais do último mês de junho.

Thaci e Mustafa, que parecem ter conseguido um princípio de pacto após a intervenção dos Estados Unidos, devem abordar agora a divisão das responsabilidades em um novo Executivo, segundo o jornal “Tribuna”.

O KDP e LDK têm juntos 67 das 120 cadeiras no parlamento, embora os analistas prevejam que outros 20 parlamentares de partidos minoritários também apoiariam esse Executivo partilhado.

Segundo a imprensa, os líderes desses dois partidos definiram a cooperação durante uma reunião ontem à noite no escritório da presidente do Kosovo, Atifete Jahjaga, e na presença da embaixadora dos EUA, Tracey Jacobson.

Jahjaga tenta há semanas aproximar os políticos kosovares para buscar uma saída à crise, enquanto cresciam os rumores sobre eleições antecipadas no país.

A ausência de um governo afeta à frágil economia e paralisa importantes objetivos do Kosovo, como seguir adiante rumo à integração comunitária e o diálogo de normalização de relações com a Sérvia.

Por falta de acordo político ainda está pendente a Constituição do novo parlamento, que agora se espera para a próxima semana, embora ainda não haja uma data.

O KDP, de Thaci, foi o partido mais votado nas eleições de 8 de junho, ao ganhar 37 cadeiras, mas a formação de um governo foi prejudicada pela criação de uma coalizão opositora que pretendia arrebatar-lhe do poder.

No entanto, aproveitando a ambiguidade da Constituição kosovar a respeito, Thaci insistiu que apenas ele, como vencedor do pleito, pode formar o novo governo e não coalizões formadas após as eleições. EFE