Após mortes, Corregedoria da PM suspeita de contradições em versões de integrantes da Rota

  • Por Jovem Pan
  • 12/08/2015 16h23
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SÃO PAULO,SP,12.08.2015:ROTA-COLETIVA - O Secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Morais e o Coronel Levi, corregedor da PM, durante entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (12), na sede da corregedoria da Polícia Militar, no Bairro da Luz, região Central de São Paulo (SP), acerca da prisão de 14 policiais lotados no batalhão da Rota, supostamente envolvidos na morte de dois homens no bairro de Pirituba, na última quinta-feira (6). (Foto: Paulo Lopes/Futura Press/Folhapress) Folhapress Alexandre de Moraes concede coletiva sobre PMs da Rota suspeitos de execução de dois homens

A Corregedoria da Polícia Militar suspeita de contradições em versões apresentadas pelos 14 integrantes da Rota detidos após suposto confronto. Em entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira (12), foram detalhadas as ações que levaram ao pedido de prisão temporária pela corporação.

Antes recolhidos administrativamente, os policiais militares agora estão detidos por 30 dias no presídio militar Romão Gomes. O caso que está sendo investigado aconteceu na última quinta-feira (06), na avenida Doutor Felipe Pinel, em Pirituba, zona norte da capital paulista.

A versão original era de que PMs suspeitaram da condução de um Fiat Palio azul e começaram a perseguição. Houve confronto; dois suspeitos teriam morrido numa troca de tiros e um terceiro homem teria fugido, só que a história começou a mudar no mesmo dia.

A Corregedoria recebeu a informação de que Herbete Rodrigues Pessoa, de 31 anos, tinha sido abordado pela Rota mais cedo naquele dia. Ele estava participando de uma tentativa de furto a residência junto com um comparsa com o mesmo Palio azul encontrado em Pirituba. De acordo com o parceiro dele, que conseguiu fugir, mas foi localizado depois pela Corregedoria, os membros da Rota teriam levado Pessoa preso.

Essa testemunha, não-identificada pela polícia, disse que avisou os familiares de Herbete, que então passaram a procurar por ele nas delegacias de Guarulhos. Só que eles não os encontraram e informaram a Corregedoria do fato de que houve a abordagem da Rota, conforme relatada pelo comparsa.

Depois, naquele dia, o corpo de Herbete e de mais uma pessoa, da qual ainda não se sabe o envolvimento no caso, foram encontrados em Pirituba. A Corregedoria tem imagens de uma câmera fotográfica localizada na avenida Edgar Facó que mostra o carro azul passando com uma viatura da Rota atrás.

O corregedor da PM, coronel Levy Félix, disse que foi possível concluir que a o carro policial escoltava o veículo utilizado na tentativa de furto. “Essa viatura que foi flagrada pelo radar estava, segundo a nossa análise, escoltando este veículo em uma via que dá acesso ao local onde ocorreu o suposto confronto”.

A Corregedoria disse que não há indícios de que os policiais envolvidos neste caso tenham algum tipo de rixa ou problemas anteriores com as vítimas.

Quatro sargentos, quatro cabos e seis soldados estão presos temporariamente no Romão Gomes. De acordo com o coronel Levy, quatro destes policiais dispararam um total de 16 tiros nas duas vítimas.

O secretário estadual da segurança pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, afirmou que o trabalho policial tem que ser feito dentro da legalidade. “A filosofia da Secretaria de Segurança, a filosofia da Polícia Militar é um combate duro e firme à criminalidade, mas é um combate firme sempre dentro da legalidade”.

A Jovem Pan procurou o escritório responsável pela defesa dos policiais militares, mas não obteve resposta.

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