Após receber alta em hospital, futuro de companheira de Hollande é incerto

  • Por Agencia EFE
  • 13/01/2014 12h25
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Paris, 13 jan (EFE).- O suposto romance entre a atriz Julie Gayet e o presidente francês, François Hollande, abriu o debate sobre o futuro e o papel da companheira oficial do mandatário, Valérie Trierweiler, que deve sair nesta segunda-feira do hospital onde foi internada para ficar em repouso após o escândalo.

A primeira pessoa consciente de que a situação requer um esclarecimento é a própria Valérie, como se deduz por uma entrevista ao repórter de “Le Parisien” Fréderic Gerschel, o único que parece ter falado com ela desde sua hospitalização na sexta-feira passada.

“(Ela) está consciente de que há um problema político, que não pode continuar tendo um gabinete e utilizar fundos estatais”, disse o jornalista em entrevista na emissora “RTL”, onde revelou que Trierweiler acredita que se impõe um esforço de transparência.

A figura da primeira-dama na França não é regulada por lei, mas goza de certos privilégios, como um escritório no Eliseu e funcionários a seu serviço, o que faz dela uma figura pública, que costuma acompanhar o presidente em viagens ao exterior e realiza trabalhos de aspecto humanitário.

“É normal que continue no Eliseu a cargo dos contribuintes quando o presidente mantém outras relações?”, questionou o deputado da conservadora UMP Daniel Fasquelle, em declarações ao jornal “Le Monde”.

Valérie “parece disposta a perdoar (…) mas quer saber rapidamente quais são as intenções de Hollande”, disse uma pessoa de seu círculo a “Le Parisien”, segundo o qual embora a jornalista não ignorasse os rumores que circulavam havia meses, preferiu acreditar que fossem falsos.

O escândalo explodiu na sexta-feira, quando a revista de celebridades “Closer” publicou uma reportagem que detalhava os encontros entre Hollande e a atriz, e refletia o fraco esquema de segurança movido para proteger a privacidade desses encontros e a segurança do chefe do Estado.

Hollande, segundo informações que vazaram, lhe confirmou o romance um dia antes, e o casal teria vários dias de reflexão até esclarecer sua situação também publicamente, depois que o assunto extrapolou a esfera privada.

Os conselheiros presidenciais tentam agora restringir a suposta relação ao âmbito pessoal e parecem ter descartado a necessidade de dar explicações antes da grande entrevista coletiva anual prevista para amanhã no Eliseu, quando se apresenta o roteiro para os próximos meses.

A distinção entre a linha que separa o chefe do Estado do cidadão com direito a sua intimidade, habitualmente respeitada pela imprensa francesa, não impediu que os veículos de imprensa tripudiassem com detalhes e especulações desses encontros secretos, como a vinculação do apartamento escolhido com a máfia da Córsega.

O apartamento, como foi descoberto, pertencia à atriz Emmanuelle Hauck, ex-esposa de Michel Ferracci, condenado em novembro a 18 meses de prisão por “abuso de confiança” na investigação aberta sobre o círculo parisiense de jogos Wagram, que durante décadas foi utilizado para financiar o estilo de vida de personagens históricos da máfia francesa.

A imprensa do país questiona da mesma forma a segurança do presidente, que ia ao apartamento acompanhado somente por dois policiais, em uma scooter, e aparentemente sem o conhecimento da chefe de seu dispositivo especial de proteção (GSPR), Sophie Hatt.

A última vez que Valérie foi a um ato oficial em companhia de Hollande foi em 7 de janeiro, e sua próxima convocação de peso está prevista para 11 de fevereiro, data de uma viagem aos Estados Unidos para se reunir com o casal Obama.

Não foi divulgado se a jornalista vai respeitar o compromisso, em um momento em que todas as atenções estão sobre sua saída do hospital e no pronunciamento de amanhã de Hollande, quando o Eliseu espera que esse “tsunami político-sentimental”, como definiu a imprensa, não ofusque o anúncio de medidas econômicas.

No entanto, a revista “Closer” praticamente dobrou suas vendas de impressos e viu aumentar 713% as visitas registradas na loja online “lekiosk.com”, para 1,4 milhão de pessoas. EFE

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