Após ser regulamentado no México, Uber quer crescer no resto da A.Latina

  • Por Agencia EFE
  • 16/07/2015 20h47

Cidade do México, 16 jul (EFE).- A empresa de serviços de transporte por aplicativo Uber espera replicar no resto da América Latina seu sucesso na capital mexicana, onde as autoridades acabam de regularizar o serviço, o que para a companhia é simplesmente uma resposta à reivindicação dos cidadãos por melhores opções de mobilidade urbana.

“Estamos emocionadíssimos, nos parece um divisor de águas que uma das maiores cidades do mundo tenha feito uma regulação que põe no centro do debate o pedido dos cidadãos e a lei de livre oferta e procura”, afirmou à Agência Efe a diretora de Comunicação para a América Latina da empresa americana, Ana Paula Blanco.

Segundo Blanco, além da “batalha” com os táxis da Cidade do México, que se manifestaram em várias ocasiões contra o serviço, o que esta regulamentação permite “é aplanar o caminho em locais em que tradicionalmente não havia concorrência”.

“Invariavelmente vai representar uma melhoria para a população, dá coragem e a certeza jurídica” aos moradores da Cidade do México, às autoridades e ao Uber, além de “certificar que vamos continuar dando o serviço a que tínhamos nos comprometido e nunca vamos baixar a guarda”, acrescentou.

Blanco lembrou que, com cerca de nove milhões de habitantes, 20 milhões se a região metropolitana for levada em conta, a capital mexicana possui “grandes problemas de mobilidade” e a empresa de transporte pessoal só tenta fornecer soluções, como está tentando também em outras cidades do país.

Para Uber, a capital mexicana é uma referência não só por seu tamanho, mas por ser uma das primeiras cidades do mundo que em a empresa tentou entrar (há dois anos) e onde tem uma das maiores operações no mundo.

“Esperamos que a regularização na Cidade do México abra as conversas em outros países latino-americanos, pois ter uma normatividade pode abrir para uma conversa sobre o que representaria” em cada país, explicou.

“É um bom antecedente da importância de tomar a postura do cidadão como eixo da discussão”, reiterou.

Uber está presente em muitas capitais latino-americanas. Além de no México, na Colômbia há um ano e meio, no Brasil e no chile há um ano, são as que tentou entrar primeiro.

Por enquanto, na Cidade do México o Uber tem meio milhão de usuários” e 10 mil motoristas parceiros.

“42% dos motoristas estavam desempregados antes de entrar no Uber”, o que significou para a metrópole mexicana “uma nova fonte de renda que não existia”, comemorou Blanco.

Ela esclareceu ainda que a empresa não está “tirando trabalho dos taxistas”, pois 82% de seus usuários “têm carro particular e não usava táxi”.

Deles, cerca de 45% “estão repensando continuar a ter carro”, o que é uma amostra também dos benefícios que o serviço pode ter no aspecto ambiental, sobretudo em uma cidade em que circulam diariamente cinco milhões de veículos.

O governo da Cidade do México publicou na quarta-feira o esquema de regulamentação do serviço privado de passageiros por aplicativos e plataformas informáticas, em que se destaca o registro na Secretaria de Mobilidade.

“A regulação foi criada a partir do interesse cidadão de que o governo da capital atendesse esta modalidade de transporte, e como resultado de um processo de consulta em que participaram tanto especialistas em mobilidade e representantes do serviço de transporte concedido, como táxis, como do transporte privado porte plataformas eletrônicas”, assinalou o governo da capital.

Os taxistas na Cidade do México realizaram manifestações contra serviços como o Uber e o Cabify, que consideram “ilegal”.

Usuários do Uber entregaram em 8 de julho ao governo da capital mais de 121 mil assinaturas de apoio à empresa, em que também se declararam favoráveis à aplicação de uma “regulação leve” que não se reflita nas tarifas do aplicativo. EFE

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