Após sucesso no cinema, “Sniper Americano” chega a pequeno tribunal do Texas

  • Por Agência EFE
  • 12/02/2015 02h10
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Reprodução Bradley Cooper precisou ficar bem mais encorpado em Sniper Americano e engordou 18kg

Após várias semanas de sucesso nas bilheterias dos cinemas, a história do filme “Sniper Americano” chegou nesta quarta-feira (11) a um pequeno tribunal rural do estado do Texas, nos Estados Unidos, onde começou o julgamento do assassino de Chris Kyle, o franco-atirador mais letal da história do país.

Os moradores de Stephenville, que não chegam a 20 mil, são autênticos “cowboys” com chapéus e botas, e a cidade está rodeada por quilômetros de inconfundíveis ranchos que bem poderiam acolher a cena que o filme do diretor Clint Eastwood omitiu: a do assassinato de Chris Kyle. Sem dúvida, o cenário que o destino escolheu para o julgamento é digno do filme.

Pelo sucesso de “Sniper Americano” nos cinemas, o julgamento despertou mais interesse do que o habitual e dezenas de jornalistas se amontaram, desde o início da manhã, nas portas do Tribunal do Distrito do condado de Erath para cobrir o processo contra o ex-fuzileiro naval Eddie Routh pelo assassinato de Kyle e seu amigo Chad Littleflied.

No Iraque, Kyle foi responsável pela morte de 160 pessoas, que foram confirmadas oficialmente. No entanto, ele afirmava que matou mais de 250, o que o tornaria o franco-atirador mais letal da história dos EUA, o que acabou elevando o falecido militar à categoria de “herói” do país.

Após retornar do conflito, Kyle se dedicou a ajudar veteranos de guerra como ele a retomar a vida civil, até que um deles – Routh – acabou com sua vida no dia 2 de fevereiro de 2013.

Hoje, estiveram frente a frente em Stephenville, pela primeira vez, a viúva do franco-atirador, Taya Kyle, e Routh, mas os dois evitaram trocar olhares. Taya explicou a um júri, formado por dez mulheres e dois homens, como ela e Kyle se conheceram, descreveu o casamento, falou de seus dois filhos e ofereceu detalhes de sua morte.

“Estou certa de que ele não gostou da minha história”, disse a viúva ao se referir a um dos advogados de Routh, quando este se queixou, sem muito sucesso, ao juiz do caso, Jason Cashon, pelo depoimento da viúva, que não conseguiu conter as lágrimas.

Depois dela foi a vez da mãe de Chad, Judy Littleflied, que lembrou que hoje seu filho completaria 38 anos, já que nasceu em 11 de fevereiro de 1977, em mais um momento bastante emotivo do julgamento.

Os advogados de Routh, Warren St. John e Tim Moore, pediram o adiamento do processo até que passasse o efeito “Sniper Americano” e também solicitaram que o julgamento acontecesse fora do condado de Erath, mas os dois pedidos foram rechaçados.

A defesa aposta todas as suas fichas em um único argumento: Routh sofria com distúrbios psicológicos e estresse pós-traumático desde que retornou do Iraque e, no dia dos assassinatos, estava em condição de “demência”, segundo seus advogados.

A acusação, por sua vez, defendeu hoje, de acordo com suas “provas”, que o ex-fuzileiro naval “matou intencionalmente” Kyle e Littleflied, mesmo sabendo que o que estava fazendo era errado.

Ao término do primeiro dia do julgamento, o juiz Cashton se dirigiu aos membros do júri e pediu a eles que se mantenham “isolados” da repercussão midiática do caso, o que não será fácil, já que não se fala de outra coisa na pequena cidade texana. 

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