Aproximação EUA-Cuba beneficia hemisfério sul, diz presidente da Colômbia

Madri, 11 abr (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, considera que o reatamento das relações entre Estados Unidos e Cuba é importante para o hemisfério sul e que a chave para resolver a crise venezuelana está em promover diálogo entre o governo e a oposição.

Em entrevista publicada pelo jornal espanhol “La Razón”, Santos classifica de “audaz e muito conveniente” por parte de presidente dos EUA, Barack Obama, o fato de incluir Cuba na Cúpula das Américas, realizado no Panamá.

“Sem dúvida esta aproximação representa um passo importantíssimo para as relações de todo o hemisfério sul”, destacou o presidente colombiano ao avaliar que o reatamento e as posteriores negociações “estão sendo muito bem administradas por ambas as partes”.

Sobre a Venezuela, Santos afirmou que a Cúpula das Américas também “representa uma boa ocasião para que ocorra uma quebra da tensão entre Estados Unidos e Venezuela”.

Após ressaltar que rejeita as sanções unilaterais, como as impostas por Washington a Caracas, por considerar que “com o tempo se tornaram contraproducentes”, Santos disse que “é necessário promover o diálogo entre as diferentes forças políticas na Venezuela respeitando ao mesmo tempo sua autonomia”.

Sobre o processo de paz na Colômbia, Santos, que foi reeleito há um ano, reafirmou seu empenho em acabar com o conflito armado através do diálogo, mas especificou que “se a guerrilha das Farc não aceitar esta oportunidade histórica”, não considerará inconveniente “romper as negociações”.

Nesse hipotético caso, o político declarou que poria fim às negociações “com a consciência tranquila após ter tentado colocar um ponto final a um confronto que dura mais de 50 anos”.

Além disso, o presidente colombiano explicou que leva à Cúpula das Américas uma proposta sobre meio ambiente para Venezuela e Brasil que consiste na criação de “um corredor econômico que sirva para proteger os ecossistemas desde os Andes até o Atlântico, passando pela Amazônia”. EFE