Argentina diz que grupos de inteligência não condicionam governabilidade
Buenos Aires, 23 jan (EFE).- O chefe de gabinete argentino, Jorge Capitanich, afirmou nesta sexta-feira em entrevista coletiva que “nenhum serviço de inteligência pode condicionar o governo”, e admitiu que alguns agentes divulgam dados falsos, em referência ao processo aberto pelo promotor Alberto Nisman, que foi encontrado morto no domingo passado em Buenos Aires.
“Nenhum grupo de inteligência, nenhum agente de inteligência pode condicionar o exercício da ação do governo”, disse Capitanich após defender o Executivo liderado pela presidente Cristina Kirchner.
No entanto, o chefe de ministros afirmou que na Argentina “certos agentes de inteligência foram enquadrados em uma estratégia de divulgação de dados falsos a partir de uma ação psicológica promovida também por certos meios de comunicação”.
Ontem, a presidente argentina afirmou em uma mensagem divulgada nas redes sociais que foram “plantadas pistas falsas” para Nisman fazer sua denúncia contra ela, o chanceler Héctor Timerman e outros colaboradores por suposto acobertamento dos iranianos acusados pelo atentado contra a associação judia Amia, em 1994, que deixou 85 mortos.
“O usaram vivo e depois o necessitavam morto”, acusou Cristina. A presidente se mostrou convencida de que sua morte “não foi um suicídio”, e sim parte de “uma operação contra o governo”.
A governante denunciou a influência do ex-diretor de Operações da Secretaria de Inteligência, Antonio “Jaime” Stiuso, sobre Nismam, promotor especial da causa Amia, ao longo de toda a investigação. Cristina argumentou que Stiuso teria feito “algo mais” do que dirigi-la.
Alberto Nisman foi encontrado morto por um disparo na cabeça em circunstâncias ainda não esclarecidas em seu apartamento de Buenos Aires, na véspera de sua apresentação no Congresso para detalhar a denúncia apresentada contra a presidente. EFE
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