Artista plástico revela que filho foi alvo de racismo em shopping: “senti na pele”
Na última sexta-feira (02) o jornalista e artista plástico Enio Squeff passou por um episódio de preconceito racial. Ele estava com seu filho, de sete anos, no Shopping Pátio Higienópolis, na zona central de São Paulo, quando foi abordado por uma funcionária do local, que questionou se a criança estava lhe incomodando, com o argumento de ter ordens para não deixar “pedintes crianças” molestar a quem quer que fosse no shopping.
Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, Enio explicou o caso. “Estranhei muito, porque meu filho estava com o uniforme do Colégio Sion, e não tinha nada que indicasse que ele fosse um mendigo. Então eu rebati: ‘você está chamando meu filho de mendigo porque ele é negro’. A funcionária respondeu que não era bem isso, pois ela também era negra e se desculpou. Mas eu disse que ela devia desculpas a ela mesmo, pois estava ofendendo a si, seus parentes e sua comunidade. Com esse tipo de comportamento ela estava sendo racista com ela própria”, relatou.
O jornalista e artista plástico acrescentou que o filho se sentiu constrangido e se afastou da discussão. Questionado sobre o posicionamento do shopping Pátio Higienópolis, Squeff revelou que a família recebeu apenas uma ligação de outra funcionária, que disse “lamentar muito pelo incidente”.
“Eu não sei a repercussão que isso vai dar. Mas vemos que o preconceito racial já não tem mais vergonha. Estamos sendo um País cada vez mais sem vergonha. As pessoas já demonstram claramente suas posições preconceituosas na certeza de que isso ficará impune”, desabafou o pai.
“Se desejamos uma democracia racial, temos que denunciar todo racismo. Foi a primeira vez que senti na pele do meu filho o racismo. Talvez, outros tenham acontecido e eu não notei”, completou.
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