Artistas, atletas e ex-sequestrados sonham com Congresso colombiano
Marisol Larrahondo.
Bogotá, 9 mar (EFE).- Os colombianos elegerão neste domingo os novos membros do Congresso Nacional de um leque de candidatos que inclui políticos tradicionais, personagens da farândola, do esporte, militares aposentados e ex-sequestrados.
As cadeiras no Senado, na Câmara dos Representantes e no parlamento andino são disputadas por 2.324 candidatos, mas nesta última instituição, por sua inoperância muitos políticos apoiam o voto em branco para que não haja escolhidos.
O Congresso que se configurar neste domingo terá em suas mãos decisões cruciais para o país, a principal é a ratificação de eventuais acordos de paz do governo com a guerrilha das Farc e a aprovação das reformas necessárias para sua aplicação efetiva.
Entre os candidatos a retornar ao Senado há velhas raposas da política colombiana, como o ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), liderando o movimento Centro Democrático, e o veterano liberal Horacio Serpa, que ocupou quase todos os cargos da administração pública em diferentes governos e aos 71 anos quer empreender uma nova aventura legislativa.
Se conseguir votos suficientes, o humorista e advogado Juan Ricardo Lozano, mais conhecido como “Alerta”, trocará as brincadeiras pelos debates como senador do Partido Liberal.
Também não faltam atletas aposentados nesta disputa, na qual concorrem, entre outros, a primeira campeã olímpica da Colômbia, María Isabel Urrutia, ganhadora do ouro em Sydney 2000 em levantamento de peso e agora candidata à Câmara dos Representantes.
Urrutia poderia encontrar os ex-jogadores Harold Lozano, que jogou no Palmeiras em 95, Real Valladolid e Mallorca (Espanha), América e Pachuca (México), com Bonner Mosquera, que teve uma fugaz passagem pelo Defensor, do Uruguai.
A cota artística é preenchida pelo cantor Julio Ernesto Estrada, mais conhecido como “Fruko”, que aspira ao Senado.
Também se candidatou a ex-apresentadora de notícias Rosa María Casca, que procura chegar ao salto ao Senado com uma plataforma baseada na erradicação da discriminação no trabalho por idade, gênero e origem social.
Ex-misses como Vanessa Mendoza e Martha Liliana Ruiz, esperam fazer parte das decisões legislativas do país.
Mendoza, que em 2001 foi a primeira negra a ganhar o título de Miss Colômbia, sonha em estar na Câmara, enquanto Ruiz, que aspirou à coroa nacional pelo estado de Santander e depois se dedicou à atuação, quer fazer parte do Senado.
Na luta pelo Congresso estão também três políticos que estiveram sequestrados durante longos anos pelas Farc e agora tentam retomar a atividade.
San Jorge Eduardo Géchem e Sigifredo López, candidatos ao Senado, e Clara Rojas, antiga companheira de fórmula e de sequestro de Ingrid Betancourt, que tentará chegar à Câmara após fracassar em 2010 em sua tentativa de conseguir uma cadeira no Senado.
Também tentará o Senado pela segunda vez o Professor Gustavo Moncayo, célebre há sete anos por suas caminhadas pela libertação dos sequestrados, especialmente de seu filho Pablo Emilio, e que também perdeu em 2010.
Os ex-sequestrados e Moncayo terão nas urnas um rival no general reformado Freddy Padilla de León, comandante das Forças Militares nos anos críticos dos sequestros da Farc e que também tenta o Senado.
Na lista de aspirantes há espaço até para uma imigrante búlgara naturalizada colombiana, Donka Atanassova Iakimova, que tentará a sorte nas urnas como candidata à Câmara pela Aliança Verde. EFE
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