Assad diz que recebe mensagens sobre bombardeios dos EUA contra EI

  • Por Agencia EFE
  • 10/02/2015 08h48
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Londres, 10 fev (EFE).- O presidente da Síria, Bashar al Assad, recebe mensagens por meio de terceiros sobre os bombardeios aliados contra posições dos jihadistas do Estado Islâmico (EI), segundo afirmou em uma entrevista para a emissora “BBC”.

Assad, em referência aos líderes árabes que apoiam os ataques, disse que seu governo não quer dialogar com as autoridades americanas sobre o EI porque, na sua opinião, “eles não falam com qualquer um, a menos que seja um fantoche”,

No entanto, o líder sírio admitiu que seu governo recebe informação de maneira indireta, por meio de terceiros, como o Iraque, sobre as atividades que os aviões de guerra dos Estados Unidos e de países árabes realizam.

“Às vezes transmitem uma mensagem, uma mensagem geral, mas nada tático. Não há diálogo. Há, digamos, informação, mas não há diálogo”, disse Assad na entrevista.

O presidente negou qualquer possibilidade de seu governo se unir à coalizão para combater o EI na Síria.

“Não, definitivamente não, não temos vontade nem queremos, por uma simples razão, porque não podemos estar em uma aliança com um país que apoia o terrorismo (…) porque estamos combatendo o terrorismo”, acrescentou Assad. Quando fala em combater o terrorismo, o líder se refere aos rebeldes sírios que lutam contra o regime.

O presidente negou que suas forças lancem de maneira indiscriminada bombas de barril carregadas com explosivos, pregos e outros tipos de estilhaços contra áreas rebeldes, causando a morte de milhares de civis.

“Temos bombas, mísseis e balas. Não há bombas de barril, não temos (bombas) de barril”, insistiu Assad.

“Quando dispara, aponta, e quando dispara, quando aponta, aponta para os terroristas a fim de proteger civis. Não se pode ter uma guerra sem baixas”, acrescentou.

As organizações humanitárias denunciam que as bombas de canhão são geralmente lançadas de helicópteros, que ao que parece só as forças do governo sírio utilizam, de grande altitude, o que torna impossível mirar um alvo de maneira precisa.

Estima-se que mais de 170 mil pessoas morreram desde o começo do conflito na Síria, em março de 2011, e um terço das vítimas são civis. EFE

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