Assembleia da ONU sobre meio ambiente debate futuro do planeta até 2050

  • Por Agencia EFE
  • 23/06/2014 12h14

Desirée García

Nairóbi, 23 jun (EFE).- A Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA), o máximo organismo sobre esta matéria que a ONU constituiu em sua história, nasceu nesta segunda-feira em Nairóbi para buscar resposta a uma inquietante pergunta: Como poderão viver 10 bilhões de pessoas na Terra em 2050?.

A UNEA, cuja primeira reunião congregou 1,3 mil delegados de 160 países na capital queniana, aspira se transformar na primeira autoridade mundial em matéria meio ambiental.

No seio deste organismo estão envolvidos não só representantes políticos, mas também empresários e membros da sociedade que, de forma conjunta, tentarão introduzir na agência política mundial as questões mais importantes em matéria meio ambiental.

Desta forma, o organismo participará da definição do futuro após os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que expiram em 2015, e na busca de soluções aos desafios como a contaminação marinha, a sustentabilidade energética, o uso de plásticos, a segurança alimentar, a caça ilegal e o contrabando de animais.

O diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, reconheceu hoje em entrevista coletiva que a eficiência dos progressos alcançados durante os últimos 40 anos ficou “neutralizada” devido ao rápido crescimento da população e da economia.

“É preciso integrar a economia em um desenvolvimento sustentável”, disse Steiner, que insistiu na necessidade de responder “como poderão viver na Terra 10 bilhões de pessoas”, segundo os prognósticos da ONU para 2050.

A escolha hoje da ministra de Meio Ambiente da Mongólia, Oyun Sanjaasuren, como primeira presidente da UNEA inaugura uma nova etapa de “novos governadores internacionais na ONU centrados no meio ambiente”, ressaltou Steiner.

A presidente considerou a reunião desta semana como “o evento meio ambiental mais importante” realizado na atualidade e expressou sua confiança que terá um grande impacto na cúpula climática do próximo mês de setembro em Nova York para traçar uma nova via rumo a uma economia baixa em carbono.

“Os próximos anos serão cruciais para colocar a agenda meio ambiental na agenda dos políticos”, opinou Sanjaasuren.

Uma das principais questões que serão abordadas na reunião de Nairóbi será o tráfico de animais e a caça ilegal, para o qual se tentará “obter uma resposta global”.

Algumas das medidas que, segundo Steiner, proporá a UNEA serão o desenvolvimento de leis mais severas, de tecnologia para proteger os animais e conscientizar sobre a aquisição de produtos fruto deste contrabando.

Transformada na “capital meio ambiental do mundo” durante esta semana, Nairóbi receberá também o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o príncipe Albert II de Mônaco no final da semana.

A nova Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente é integrada pelos 193 Estados-membros da ONU.

Foi a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que aconteceu no Rio de Janeiro em 2012, quando foi acordado transformar o PNUMA em um organismo com adesão universal no qual tivessem representação todos os países-membros das Nações Unidas.

A UNEA se configurará como uma assembleia subsidiária da Assembleia Geral da ONU e se reunirá a cada dois anos.

Neste novo fórum meio ambiental da ONU estarão representados tanto o lado político como seus representados, países ricos e pobres, que permitirão avançar “para o futuro” do planeta, concluiu o diretor do PNUMA. EFE

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