Assessor econômico de Obama acredita que EUA vão manter “recuperação” em 2014

  • Por Agencia EFE
  • 16/02/2014 14h02

Alfonso Fernández.

Washington, 16 fev (EFE).- O principal assessor econômico da Casa Branca, Jason Furman, acredita que os Estados Unidos vão continuar em 2014 no caminho da “recuperação” econômica, embora reconheça que o país ainda tem muito o que fazer para compensar os danos causados pela crise.

“A economia continua sua recuperação, o desemprego segue caindo rapidamente, mas ainda é inaceitavelmente alto, e ainda resta muito trabalho para desfazer todo o prejuízo provocado pela recessão”, afirmou Furman em entrevista à Agência Efe.

A taxa de desemprego nos EUA fechou em janeiro em 6,6%, percentual mais baixo em cinco anos, e o ritmo de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 3,2% no último trimestre de 2013.

Durante a entrevista, realizada na sala de imprensa da Casa Branca, Furman destacou o progressivo “retorno à normalidade” vivido pela economia americana.

“Conseguimos um acordo orçamentário no final de dezembro que revogou parte do corte (prévio do gasto público) e assim poderemos investir mais em infraestrutura e educação”, disse.

Além disso, Furman falou sobre o pacto conseguido nesta semana no congresso para ampliar a capacidade de endividamento do país até março de 2015 e afastar assim o fantasma de uma nova crise que o deixe à beira da moratória.

“E agora, garantindo que mantemos a credibilidade do governo dos EUA por pelo menos outro ano, nos pomos em posição para ter um maior crescimento no setor privado em 2014”, acrescentou.

Furman, um prestigiado economista de 43 anos, foi nomeado presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca em agosto do ano passado.

Para consolidar esta recuperação, o presidente Barack Obama classificou 2014 como “o ano da ação”, e por isso nesta semana, para mostrar o caminho, assinou um decreto pelo qual elevou o salário mínimo para certos funcionários federais de US$ 7,25 para US$ 10,10 a hora.

“Nos encantaria ver cidades, estados, outros negócios e sobretudo o congresso fazer o mesmo”, ressaltou Furman, frisando que é importante fechar um acordo entre republicanos e democratas para estender estes benefícios a todos os cidadãos.

Precisamente, visando o futuro, o assessor econômico da Casa Branca apontou como o “desafio mais importante expandir as oportunidades para a classe média e assegurar que se beneficie do crescimento econômico”.

A desigualdade econômica, que cresceu nas últimas décadas nos EUA, é um dos principais focos de batalha na economia para o governo Obama.

Nova-iorquino formado em Harvard, Furman é considerado uma das jovens figuras em alta dentro da Casa Branca, e ajudou a elaborar a nova política econômica do segundo mandato do presidente Obama, com especial ênfase na classe média.

Furman também comemora a melhora na economia global, com a consolidação do crescimento nos EUA e a estabilização da zona do euro.

“Os EUA se beneficiam quando o resto do mundo cresce. Não há dúvida de que um dos principais desafios que encaramos nos últimos dois anos foram questões como a crise da zona do euro”, declarou.

Sobre a situação do outro lado do Atlântico, Furman constatou que a União Europeia “deixou para trás as fases mais severas da crise”.

“Avançaram de uma crise muito dura na qual estavam há ano e meio (…), e agora as prioridades mais importantes são as reformas estruturais, por exemplo do sistema bancário, para continuar solucionando seus desafios e evitar a seguinte crise”, ressaltou o economista. EFE

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