Associações tentam justificar aumento do preço da carne
Para fugir do alto preço da carne bovina, muitas famílias passam a incluir a carne de aves e de suínos no cardápio diário.
Neste ano, invernistas e confinadores elevaram o preço do boi gordo em 18,5%, e os frigoríficos repassaram o custo mais salgado aos açougues.
Pecuaristas justificam o encarecimento ora alegando a falta de animais para abate devido ao pasto seco, ora apontando as exportações para a Rússia.
Mas, falando a Marcelo Mattos, o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar, nega que o mercado externo favorável seja a causa de tanto aumento no setor. A Abrafrigo salienta que o preço mais alto para o produtor agora é garantia de oferta maior de carne no futuro pela preservação das reprodutoras.
A entidade reconhece o efeito sobre o bolso do consumidor que, nos supermercados, reclama do preço alto à repórter Renata Perobelli.
A Rússia, um dos maiores mercados do mundo, diante do conflito militar, deixou de comprar da Ucrânia e dos Estados Unidos e buscou o Brasil.
O volume de exportações para os russos cresceu 13%, desde agosto, com elevação de 25 por cento nos preços negociados.
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal considera natural a procura maior por aves e suínos, em razão do aumento na carne bovina.
Francisco Turra também minimiza o impacto das exportações no setor, ao justificar que Dois Terços da produção avícola ficam no Brasil. “Isso já é alguma coisa histórica, não há muita mudança”, avalia.
O Instituto de Economia Agrícola aponta que a arroba repassada pelos criadores passou de R$ 97 para R$ 113, 17,5% de aumento.
O Índice de Preços ao Consumidor, IPC, da Fundação Getúlio Vargas, constatou alta de 10% ao consumidor, nos últimos 12 meses.
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