Ataque a Mariupol, na Ucrânia, deixa pelo menos 20 mortos e 86 feridos
Kiev, 24 jan (EFE).- Pelo menos 20 pessoas morreram e outras 86 ficaram feridas neste sábado após um ataque de artilharia contra a cidade de Mariupol, no leste da Ucrânia, informou o Ministério do Interior ucraniano.
O departamento de Saúde do governo regional de Donetsk, leal às autoridades de Kiev, precisou que há pelo menos uma criança entre as vítimas mortais do ataque contra a cidade, a segunda mais importante da região, transformada em sua capital provisório.
Pelo menos outros cinco menores estão entre os quase 100 feridos, dos quais 75 foram internados em diferentes hospitais da cidade.
O secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa (CSND) da Ucrânia, Alexander Turchinov, culpou “os militares russos pelo ataque”, enquanto o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, pediu convocar de urgência ao Conselho de Segurança da ONU.
Apesar da gravidade do ataque, Turchinov descartou que a cidade, habitada por cerca de meio milhão de pessoas, corra o risco de ser invadida pelos separatistas.
“A cidade de Mariupol conta com uma defesa segura de nossos militares contra as ofensivas do agressor”, assinala um comunicado de Turchinov publicado no site do CSND.
Os projéteis de artilharia caíram nesta manhã em pelo menos três bairros residenciais da cidade, onde os disparos incendiaram carros e danificaram vários imóveis, entre eles um mercado.
Até agora, o porto de Mariupol, nas margens do mar de Azov, praticamente se livrou dos estragos do conflito armado que explodiu em meados de passado no leste da Ucrânia, salvo alguns incidentes isolados.
Os separatistas da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD) negaram a autoria no ataque e responsabilizaram as forças ucranianas pela tragédia.
“A canhonada contra as zonas residenciais de Mariupol é uma provocação. O Exército da RPD não disparou hoje com sua artilharia nessa direção”, disse à agência russa “Interfax” um porta-voz das milícias rebeldes.
O líder da RPD, Aleksandr Zakharchenko, que ontem anunciava o início de uma ampla ofensiva contra as forças de Kiev até conquistar toda a região, descartou no entanto que Mariupol seja por enquanto um alvo prioritário para os rebeldes.
Sepultada a trégua entre os dois grupos enfrentados que regia desde 9 de dezembro, as hostilidades continuam ao longo de todo a frente nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk, rebeldes contra Kiev após a derrocada em fevereiro do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich.
Três civis morreram ou outros seis ficaram feridos nas últimas 24 horas na região de Donetsk, segundo o número dois do chamado Estado-Maior da RPD, Eduard Basurin.
Basurin assegurou que as tropas ucranianas dispararam sua artilharia contra as cidades de Gorlovka e Makeyevka, enquanto os combates mais duros ocorrem junto às localidades de Peski e Avdeyevka, próximas ao aeroporto de Donetsk que as forças de Kiev deixaram nesta semana após 262 dias de resistência.
O conflito entre Kiev e os separatistas vive uma escalada sem precedentes desde a assinatura do acordos de Minsk em setembro, agravada pela morte há dois dias de pelo menos oito civis após um ataque com artilharia contra um parada de transporte público em Donetsk. EFE
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