Ataque contra campo petrolífero na Líbia deixa 8 mortos

  • Por Agencia EFE
  • 06/03/2015 15h50
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Trípoli, 6 mar (EFE).- Pelo menos oito pessoas morreram nesta sexta-feira em um ataque armado contra o campo petrolífero de Al Ghani, vizinho à cidade de Al Zela, cerca de 750 quilômetros ao sudeste de Trípoli, informou à Agência Efe o porta-voz da Companhia Nacional do Petróleo (CNP) da Líbia, Mohammed al Harari.

Segundo Hariri, um grupo desconhecido de homens armados entrou na instalação e disparou contra as vítimas, a maioria delas agentes de segurança do campo, que ficou envolto em chamas.

O ataque acontece poucas horas depois que a CNP pusesse em alerta máximo 11 campos petrolíferos do centro do país devido às reiteradas ameaças e ataques dos últimos dias, nos quais a situação de segurança se deteriorou e a continuidade da produção em alguns deles entrou em um período de maior incerteza.

Em comunicado divulgado ontem à noite pela agência estatal “WAL”, a CNP informou que a decisão foi adotada “como consequência do grave aumento da insegurança, que se deteriora aceleradamente dia após dia contra os bens do povo líbio, incluindo o roubo, o vandalismo e a destruição dos campos petrolíferos”.

Agentes das instalações já advertiram na terça-feira passada que os radicais islâmicos tinham se apoderado de dois campos situados cerca de 200 quilômetros ao sul da cidade de Sirte, 460 quilômetros ao leste de Trípoli.

“Por isso nos vimos obrigados a declarar o estado alerta máximo nos campos petrolíferos de Al Mabruk, Al Bahi, Al Dahra, Al Yufra, Tibesti, Al Gani, Al Samah, Al Baïda, Al Waha, Al Defa, Al Naqa e todas as estações associadas a estes campos”, afirmou a CNP na nota.

Além disso, advertiu da possibilidade de “fechar todos os campos e portos petrolíferos” do país se a situação de segurança não melhorar.

Os campos de Al Mabruk e Al Bahi são os mais ameaçados há dias, onde a violência chegou a afetar seu nível de produção.

A Líbia é atualmente um Estado fracassado, vítima da anarquia e da guerra civil desde que em 2011 a Otan contribuiu para a derrocada do regime ditatorial de Muammar Kadafi.

Há meses, dois governos, um considerado rebelde em Trípoli e outro internacionalmente reconhecido em Tobruk, lutam para controlar o país e seus vastos recursos naturais, situação que grupos jihadistas ligados ao Estado Islâmico (EI) aproveitam para ampliar sua influência e poder territorial.

O ataque de hoje aconteceu enquanto ambos rivais tentavam pactuar um governo de união nacional em negociações no Marrocos sob o auspício da ONU. EFE

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