Ataque de artilharia em Slaviansk, na Ucrânia, fere pelo menos 10 civis

  • Por Agencia EFE
  • 28/05/2014 11h37

Kiev, 28 mai (EFE).- Uma dezena de civis ficaram feridos nesta quarta-feira por lascas de projéteis de artilharia disparados contra o centro de Slaviansk, em um ataque a áreas residenciais do que se culparam mutuamente o exército ucraniano e as milícias pró-Rússia.

Um dos projéteis caiu sobre um colégio e destruiu o terraço do edifício, como pôde ser visto em fotografias publicadas nas redes sociais, enquanto os alunos se refugiavam no porão, segundo vários testemunhos recolhidos por jornalistas no terreno.

“Os terroristas mantêm suas provocações. Já atiram descaradamente com morteiros sobre as zonas residenciais e colégios, para que os moradores achem que são as forças ucranianas”, se queixou ao jornal digital “Ukraínskaya Pravda” o chefe de imprensa da “operação antiterrorista” lançada por Kiev, Vladislav Selezniov.

O jornalista contou que “as forças ucranianas não atiram contra zonas residenciais, áreas de recreação infantil nem colégios”.

O correspondente da empresa estatal de rádio e TV russa, Sergei Arsénichev, afirmou que sua equipe foi testemunha do ataque com morteiros ao centro da cidade e informou que, entre os nove feridos hospitalizados “há uma criança de quatro anos”.

“Quando íamos para o local do ataque, um projétil caiu do lado de nosso carro. Por sorte, ninguém da equipe ficou ferido”, disse o jornalista russo, que relatou que a cerca de 20 metros do colégio atacado há uma creche.

Os combates entre as forças ucranianas e os rebeldes pró-Moscou também voltaram à cidade de Donetsk, em cujo centro foram ouvidos hoje disparos de artilharia antiaérea.

Fontes da autoproclamada República Popular de Donetsk confirmaram os disparos nas imediações da sede regional do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, em sua sigla em ucraniano), um dos edifícios oficiais tomados pelos insurgentes há dois meses.

Disseram também que os insurgentes derrubaram um avião não pilotado das forças de Kiev e retomaram o aeroporto de Donetsk, que foi há dois dias palco de combates com pelo menos 50 mortos entre os rebeldes.

Segundo várias testemunhas, os necrotérios da cidade já não podem receber mais corpos, na maioria de insurgentes russófonos, como se pode verificar nas fotos publicadas em redes sociais.

O prefeito de Donetsk, Alexander Lukianchenko, disse ontem que 40 pessoas morreram nos últimos combates na cidade, entre eles pelo menos quatro civis.

Os rebeldes pró-Rússia, no entanto, denunciaram que pelo menos 100 pessoas (alguns insurgentes falam em 200 vítimas) morreram nos enfrentamentos armados de segunda-feira. EFE

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