Ataques de rebeldes a zonas tribais deixam 65 mortos na Índia
Nova Délhi, 24 dez (EFE).- Pelo menos 65 pessoas morreram no estado de Assam, no nordeste da Índia, em ataques a zonas tribais atribuídos a rebeldes bodo, e a polícia abriu fogo na madrugada desta quarta-feira durante uma manifestação que protestava contra os ataques matando outras três pessoas.
O chefe do governo de Assam, Tarun Gogoi, declarou que 37 membros desses grupos tribais foram assassinados no distrito de Sonitpur, 25 em Kokrajhar e três em Chirang. Entre as vítimas há 18 crianças e 21 mulheres.
O governo indiano declarou toque de recolher onde os ataques aconteceram e anunciou o envio de tropas após o massacre, atribuído a facção Songbijit da Frente Nacional Democrático de Bodoland (NDFB) contrária às conversas de paz.
O Centro Asiático para os Direitos Humanos denunciou as mortes de civis e as qualificou de crimes contra a Humanidade, já que os separatistas dispararam de forma indiscriminada contra a população.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, usou o Twitter para condenar os ataques.
“Assassinar gente inocente em Sonitpur e Kokrajhar é um ato de covardia. Nossos pensamentos e preces estão com as famílias dos falecidos”, disse.
A polícia atribuiu estes ataques coordenados dos rebeldes ontem à tarde (horário local) a uma represália pela morte de vários membros do NDFB pelos corpos de segurança nas últimas semanas.
Em maio, 31 pessoas morreram em enfrentamentos étnicos em Assam atribuído pelas autoridades aos rebeldes bodo, que teriam atirado indiscriminadamente em membros da comunidade muçulmana.
Moradores originais da área, os bodos acusam os muçulmanos que chegaram nas últimas décadas desde a vizinha Bangladesh de ocupar suas terras e postos de trabalho.
Ativistas das comunidades já protagonizaram em 2012 violentos choques armados que causaram pelo menos uma centena de vítimas mortais, a destruição de centenas de aldeias e o êxodo de dezenas de milhares de pessoas. EFE
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