Atentado contra minoria xiita no Paquistão deixa pelo menos 20 mortos

Islamabad, 30 jan (EFE).- Pelo menos 20 pessoas morreram e 52 ficaram feridas em um atentado a bomba ocorrido nesta sexta-feira no interior de um templo da minoria muçulmana xiita no sul do Paquistão, informaram à Agência Efe fontes policiais e hospitalares.

O ataque aconteceu no início da tarde em Shikarpur, na província de Sindh, pouco após o fim das orações de sexta-feira, o dia sagrado dos muçulmanos, afirmou um agente da polícia local, Mir Ghayaz.

Ishtiak Noman, um porta-voz do hospital para onde foram levados feridos e mortos, contou que o necrotério do local tinha recebido 20 corpos e que algumas vítimas estavam “em estado crítico”.

“O hospital está em alerta máximo”, disse Noman.

O teto do centro de orações, conhecido como imambargah, desabou com a explosão e muitos fiéis ficaram presos sob os escombros, detahou a polícia.

O escritório de informação do exército anunciou através de um comunicado que enviou até o local do atentado quatro ambulâncias e vários médicos militares para ajudar nos trabalhos de resgate.

O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, condenou o atentado.

Autoridades locais reivindicaram uma investigação profunda sobre o ocorrido, segundo recolhe o canal local Express.

O líder do partido xiita Majlis Wahdat Muslimeen (MWM), Mohammed Amin Shaheedi, anunciou três dias de luto e recriminou o governo central por não ter evitado o atentado, de acordo com o jornal paquistanês “Dawn”.

Os atentados de caráter sectário no Paquistão, especialmente contra a minoria xiita (20% da população do país), aumentaram nos últimos anos em meio a intensificação geral da violência terrorista desde finais de 2012.

Em 10 de janeiro, pelo menos cinco pessoas morreram e 18 ficaram feridas em um atentado com bomba frente a outra mesquita xiita em Rawalpindi, cidade próxima à capital Islamabad.

Em junho de 2013, um atentado em Quetta (oeste) perto de um centro de oração xiita causou a morte de 30 pessoas e deixou outras 60 feridas, enquanto no começo de 2014, três massacres em bairros xiitas das cidades de Quetta e Karachi (sul) causaram mais de 250 mortes. EFE