Atentado suicida em mercado do nordeste da Nigéria deixa 30 mortos

Yola, 5 jun (EFE).- Mais de 30 pessoas morreram e outras muitas ficaram feridas em um atentado suicida perpetrado em um movimentado mercado da cidade de Yola, no nordeste da Nigéria, informaram nesta sexta-feira à Agência Efe vários cidadãos locais.

O ataque aconteceu ontem por volta das 19h45 locais (15h45, em Brasília), quando um terrorista se ateou fogo no mercado de Jimeta, na capital do estado de Adamawa, que nesse momento estava repleto de gente.

“Nós (os atentos locais) nos aproximamos do lugar e ajudamos a evacuar os corpos. Levamos 30 corpos a uma necrotério do hospital, mas havia mais corpos”, contou aos jornalistas Ali Abubakar.

Abubakar explicou que muitos dos feridos estavam em estado “muito graves”. “O povo estava jogado no solo, embebido de sangue e com múltiplos ferimentos. Nunca tinha visto algo igual”, acrescentou.

Horas antes do ataque em Yola, outro terrorista suicida detonou seu veículo com explosivos diante de um posto de controle militar em Maiduguri, a capital do estado de Borno, e matou pelo menos quatro soldados, segundo o jornal nigeriano “The Vanguard”.

Embora não houve reivindicação dos ataques, a autoria foi atribuída ao Boko Haram, que intensificou sua atividade no nordeste da Nigéria desde que Muhammadu Buhari virou presidente em 29 maio e prometeu aumentar a ofensiva contra os militantes da milícia islamita.

Na última semana, Maiduguri foi alvo de vários ataques, o último deles ocorreu na quarta-feira, quando pelo menos oito pessoas morreram depois que uma bomba explodiu em uma conhecida zona comercial.

Na terça-feira, outra explosão deixou dezenas de mortos em um movimentado mercado, enquanto no sábado pelo menos 26 pessoas morreram depois que um terrorista se ateou fogo em uma mesquita da cidade.

Buhari anunciou há poucos dias que transferirá o quartel-general da ofensiva contra o Boko Haram desde a capital do país, Abuja, a Maiduguri para coordenar melhor a resposta contra o grupo islamita.

Desde 14 de fevereiro, uma força multinacional liderada pela Nigéria e Chade (país) desalojou os insurgentes do Boko Haram de mais de 60 locais em uma tentativa de acabar com a campanha de terror do grupo no nordeste do país, que desde 2009 deixou milhares de mortos e quase dois milhões de deslocados. EFE