Atentados do Al Shabab matam dois altos cargos do governo da Somália em 24h
Mogadíscio, 12 nov (EFE).- O grupo terrorista Al Shabab matou a tiros a dois altos do governo da Somália e três agentes de segurança nas últimas 24 horas em Mogadíscio, que vive uma onda de violência em meio a disputa entre o presidente e o primeiro-ministro, informou à Agência Efe o Ministério de Segurança.
“Atacamos vários funcionários do governo”, afirmou nesta quarta-feira um porta-voz de Al Shabab, Ali Jabal, em uma rádio local. Ele qualificou como um “êxito” o assassinato desta manhã do vice-presidente do distrito de Hwadaag, Yuusuf Hilaal.
O diretor de Imigração, Mohammed Abdi Adow, e um agente da inteligência somali, foram assassinados ontem à tarde por homens armados quando seu veículo se encontrava parado em um engarrafamento, explicou à Efe o porta-voz do Ministério de Segurança, Mohammed Yousef.
Ontem, um grupo de homens armados também tentou matar o deputado Mohammed Omar Dalxa, e dois seguranças que o acompanhavam morreram.
Nos últimos meses, Mogadíscio sofreu uma onda de ataques com carros-bomba e disparos contra políticos de alto nível e representantes do governo, todos eles reivindicados pelo Al Shabab, que luta para instaurar no país um Estado muçulmano de corte radical wahhabista.
A morte destas cinco pessoas em apenas 24 horas alertou as Nações Unidas e outros países estrangeiros que residem na capital somali, que passaram a cogitar a realocação de seus trabalhadores, explicou a Efe um membro de segurança da ONU, que preferiu permanecer no anonimato.
A tensão vivida na capital se intensificou após os últimos enfrentamentos entre o presidente do país, Hassan Sheikh Mohammed, e o primeiro-ministro, Abdiweli Sheikh Ahmed, que bloquearam as atividades do governo.
Esta disputa entre os líderes causou uma grande divisão no parlamento somali. Na semana passada 140 deputados anunciaram que apresentariam uma moção de censura contra o primeiro-ministro.
A comunidade internacional, liderada pela ONU, advertiu que esta moção colocará em perigo a estabilidade do país e pediu que as partes tentem chegar a um acordo.
A Somália vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, o que deixou o país sem um governo efetivo e nas mãos de milícias radicais islâmicas, “senhores da guerra” e grupos de criminosos armados. EFE
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