Atirador de Munique tinha obsessão por assassinatos em massa, diz polícia
O atirador de 18 anos que abriu fogo contra frequentadores de um shopping e de um restaurante de fast food em Munique, matando nove pessoas e ferindo outras 16 antes de se matar, tinha obsessão por assassinatos em massa, disse neste sábado a polícia alemã.
Investigadores fizeram uma busca na casa do jovem alemão-iraniano e encontraram um volume considerável de literatura sobre assassinatos em massa, incluindo um livro intitulado Rampage in Head: Why Students Kill (Fúria em minha cabeça: por que estudantes matam, em tradução livre), mas não encontraram indícios de ligação com grupos extremistas como o Estado islâmico. Eles acreditam que o atirador agiu sozinho.
“Encontramos documentos sobre assassinatos em massa”, disse o chefe de polícia de Munique, Hubertus Andrae. “Ele obviamente tinha obsessão pelo assunto.”
Robert Heimberger, chefe da polícia criminal do Estado da Baviera, disse que, aparentemente, o atirador invadiu uma conta do Facebook e enviou uma mensagem convidando pessoas para irem até o shopping buscar um brinde.
Investigadores também encontraram evidências de que o suspeito tinha recebido tratamento para problemas psicológicos, mas os detalhes ainda estavam sendo confirmados, disse o promotor de Munique Thomas Steinkraus-Koch.
O ataque desencadeou uma grande operação de segurança na cidade. Autoridades, que já estavam em alerta após os ataques em Würzburg e Nice, inicialmente receberam relatos de que havia vários atiradores. Oito horas mais tarde, a polícia disse que o suspeito estava entre os 10 mortos e que provavelmente tinha agido sozinho.
Andrae disse que sete das vítimas eram adolescentes e que um homem de 20 anos e uma mulher de 45 também foram mortos. Todos viviam em Munique. Segundo ele, a cidade é segura para turistas e o ataque não tem ligação alguma com o fluxo recente de refugiados que desencadeou debates sobre imigração na Alemanha.
A chanceler alemã, Angela Merkel, tinha uma reunião agendada para este sábado com seu gabinete de segurança.
O tiroteio aconteceu apenas quatro dias após um refugiado atacar pessoas com um machado em um trem nos arredores de Würzburg, deixando cinco pessoas gravemente feridas. O homem, que foi morto a tiros pela polícia, estava registrado como refugiado afegão no país, e vivia com uma família alemã na região.
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