Atirador mata três pessoas dentro do Palácio da Justiça de Milão
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Roma, 9 abr (EFE).- Um ataque supostamente efetuado por um empresário réu de um processo de falência fraudulenta, no Palácio de Justiça de Milão, onde o homem está sendo julgado, deixou três pessoas mortas nesta quinta-feira.
Uma quarta pessoa teria morrido após sofrer um ataque cardíaco. O fato ocorreu por volta das 11h locais (6h de Brasília) no interior do palácio. A imprensa local identificou como autor dos disparos Claudio Giardiello, empresário do setor da construção, de 57 anos.
Entre os mortos se encontra o juiz do departamento de falências empresariais Fernando Ciampi, informou o presidente do Tribunal de Apelação, Giovanni Canzio.
As outras vítimas fatais foram o advogado Lorenzo Alberto Claris Appiani e um dos acusados no processo, Giorgio Erba, que chegou com vida a um hospital de Milão mas não resistiu aos ferimentos.
Além disso, o ataque deixou um ferido, que foi baleado no abdômen e levado para o hospital, onde chegou lúcido, para ser operado.
Apesar das circunstâncias não terem sido esclarecidas oficialmente, testemunhas citadas pela imprensa local afirmam que a ação ocorreu no quarto andar do Palácio de Justiça, onde estava sendo realizado o julgamento do suposto autor dos disparos.
Sentado entre o público, Giardiello escutava o interrogatório de uma testemunha por parte dos promotores de acusação. O caso se refere à falência da sociedade imobiliária Magenta.
Neste momento, segundo as primeiras reconstruções dos fatos, o empresário sacou uma arma e disparou contra seu ex-advogado, Claris Appiani, agora testemunha no julgamento.
Em seguida, efetuou mais cinco disparos contra os presentes na sala, e atingiu outros dos acusados, Erba. O suposto autor do ataque desceu então para o segundo andar do prédio, foi até o gabinete do juiz Ciampi e o assassinou.
As autoridades evacuaram o edifício diante da hipótese do suspeito ainda estar em seu interior.
No entanto, a polícia concluiu que o autor dos disparos, após permanecer uma hora escondido no local, tinha fugido em uma motocicleta.
Uma hora depois, o ministro italiano do Interior, Angelino Alfano, informou que o suspeito tinha sido preso no município de Vimercate.
Giardiello, considerado o responsável pelo ataque, está detido em uma delegacia e será interrogado.
Várias autoridades se deslocaram para a cidade, entre elas o prefeito de Milão, Giuliano Pisapia, e o ministro da Justiça, Andrea Orlando.
Os meios de comunicação do país questionaram os sistemas de segurança dos tribunais da Itália e se perguntaram como o acusado entrou armado no Palácio de Justiça.
O vice-ministro do Interior, Filippo Bubbico, disse ao canal de televisão “Sky” que os fatos serão verificados em breve e o sistema de segurança, exercido por empresas terceirizadas, checado.
“Este episódio indica uma disfunção do mecanismo de segurança. Agora é preciso compreender como ele pôde ocorrer”, afirmou. EFE
gsm/dk
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