Ativistas cruzarão fronteira entre as Coreias por rota alternativa

  • Por Agencia EFE
  • 22/05/2015 02h02
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Seul, 22 mai (EFE).- O grupo de 30 mulheres ativistas que planejam atravessar no domingo a fronteira da Coreia do Norte para o Sul para promover a paz anunciou nesta sexta-feira que modificou seu plano inicial de cruzar a simbólica aldeia de Panmunjom para fazê-lo por uma rota mais discreta a oeste.

As ativistas, que incluem a ganhadora do prêmio Nobel da Paz, a irlandesa Mairead Maguire, e Gloria Steinem, jornalista e escritora judia e ícone do feminismo nos Estados Unidos, emitiram um comunicado no qual consideraram “lamentável” o fato de não poderem caminhar através de Panmunjom.

O motivo da incomum viagem através da conhecida como DMZ (Zona Desmilitarizada) é oferecer uma mensagem de paz à península dividida por causa do Dia Internacional das Mulheres pela Paz e o Desarmamento.

O governo sul-coreano aceitou que as ativistas atravessassem a fronteira com a condição de que não o fizessem pela Aldeia da Trégua de Panmunjom, mas por uma rota a oeste da linha que divide as duas Coreias no paralelo 38.

“Isso é, principalmente, por motivos de segurança. A Área de Segurança Conjunta (JSA, sigla em inglês) de Panmunjom é uma zona militar restrita onde nunca antes foi permitida a travessia de civis”, disse à Agência Efe uma representante do Ministério da Unificação da Coreia do Sul.

Além disso, a funcionária lembrou que autoridades de defesa das duas Coreias assinaram um acordo em 2003 que proíbe, sob nenhuma circunstância, que pessoas cruzem Panmunjom a pé.

No entanto, outra fonte do governo comentou à Efe que também pode haver razões políticas, já que Seul acredita que Pyongyang tenta usar o projeto das ativistas como um meio de propaganda de seu regime.

De fato, na última quarta-feira a agência estatal norte-coreana “KCNA” publicou que as ativistas tinham visitado, em um tour guiado do governo, várias instalações do Estado em Pyongyang e também a casa onde nasceu o ditador Kim Il-sung, fundador do país.

O lugar por onde o grupo de mulheres atravessará a fronteira no domingo será o ponto de controle pelo qual os empresários e trabalhadores sul-coreanos acessam o complexo conjunto intercoreano de Kaesong, no extremo oeste da fronteira de aproximadamente 250 quilômetros que divide Norte e Sul.

Panmunjom, por sua vez, é um lugar muito mais simbólico, já que foi ali que se assinou em 1953 o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia, e a Zona de Segurança Conjunta é o lugar onde soldados dos dois países se encaram a poucos metros de distância.

As ativistas explicaram nos últimos dias que sua intenção é mostrar seu desejo de que as tensões militares entre Norte e Sul diminuam e que as famílias separadas pela Guerra da Coreia possam voltar a se reunir. EFE

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