Ativistas se deixam prender por reforma migratória diante da Casa Branca

  • Por Agencia EFE
  • 28/08/2014 19h42

Washington, 28 ago (EFE).- Mais de uma centena de ativistas a favor de uma reforma migratória justa se deixaram prender nesta quinta-feira em frente à Casa Branca em um ato de desobediência civil para reivindicar ao presidente de Estados Unidos, Barack Obama, um alívio para os 11 milhões de imigrantes ilegais que correm o risco de ser deportados.

A prisão de 140 pessoas, segundo os organizadores, foi a forma como culminou uma manifestação que começou no Escritório de Controle de Imigração e Alfândegas (ICE) para pedir a Obama que seja legalizada “a maior quantidade de imigrantes quanto for possível”.

O diretor-executivo da organização Casa de Maryland, Gustavo Torres, disse à Agência Efe que o presidente americano “pode e deve” acabar com as deportações que separam a famílias inteiras.

“Pedimos a Obama um alívio justo e necessário para as comunidades de imigrantes no país”, ressaltou Torres perante 500 pessoas entre jovens, mães, crianças e várias famílias.

Convocados por várias associações em nível nacional, os ativistas se dirigiram da sede do ICE à Casa Branca, onde protagonizaram um ato de desobediência civil. Os manifestantes sentaram em frente à cerca que circunda a residência presidencial e foram presos entre os aplausos das centenas de pessoas que participaram da passeata.

Identificados com um bracelete preto no braço direito, os ativistas arriscaram a própria liberdade para exigir ao presidente que “atue o mais rápido possível” e tome uma ação que seja permanente, como a suspensão das deportações.

Com palavras de ordem, como “Obama, escuta: estamos na luta”, as associações de ativistas uniram suas vozes a favor de legalizar aos mais de 11 milhões de imigrantes ilegais que são estimados no país, e que tem grande contribuição econômica, enfatizou o porta-voz do sindicato Trabalhadores de Estádios Unidos, Larry Cohen. Assim, os ativistas lembraram o poder dos imigrantes nas urnas.

Para Abel Núñez, diretor-executivo da Central American Resource Center (Carecen), as centenas de pessoas reunidas em frente à Casa Branca estavam lá para lembrar a Obama o que a comunidade quer.

“E queremos garantir que a promessa que nos fez, de que vai melhorar a vida dos imigrantes, será cumprida. É nossa capacidade política de forçá-lo a tomar esta ação porque somos eleitores, somos cidadãos, portanto como cidadãos estamos pedindo que o faça”.

Com mais de 52 eventos realizados durante o mês de agosto em todo o país, o ato de hoje na capital americana culmina as mobilizações para apresentar estas reivindicações e exercer influência perante o esperado anúncio de medidas executivas por parte de Obama, previsto para o fim do ano.

“Estas manifestações foram ganhando força. Agora, são muitas organizações e pessoas que apoiam este movimento, que é nacional”, disse à Agência Efe Alma Couverthie, de Casa de Maryland.

Diante da falta de uma reforma migratória no Congresso, bloqueada na Câmara dos Representantes, os imigrantes têm as esperanças postas na “limitada” margem de manobra das ações executivas de Obama. EFE

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