Audiência de conciliação entre metalúrgicos e GM acaba sem acordo

  • Por Agência Brasil
  • 17/08/2015 21h01
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SÃO CAETANO DO SUL, SP, 24.03.2015: INDÚSTRIA-AUTOMOBILÍSTICA - Saída de funcionários da fábrica da GM (General Motors) na cidade São Caetano do Sul, no ABC paulista, na tarde desta terça-feira, (24). A General Motors abriu na última sexta-feira (20) o segundo plano de demissões voluntárias este ano. O plano será aplicado na fábrica de São Caetano do Sul, e tem como objetivo "adequar a produção à atual demanda do mercado". (Foto: Renato Mendes/Brazil Photo Press/Folhapress) Folhapress General Motors

A audiência de conciliação entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e a General Motors (GM) sobre a demissão de 798 trabalhadores terminou sem acordo na tarde desta segunda-feira (17), no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas, (SP). A audiência foi adiada para a sexta-feira (21), às 15h.

Para o presidente do TRT da 15ª Região, desembargador Lorival Ferreira dos Santos, “o clima foi amistoso. Segundo ele, foi uma audiência demorada, “em que cada uma das partes colocou suas posições, mas não houve acordo”.

O desembargador informou que a proposta da GM, de um salário como indenização compensatória pela dispensa, além do pagamento das verbas rescisórias, não foi aceita pelo sindicato. O sindicato propôs a suspensão das demissões e a continuidade das negociações, mas a empresa não concordou. Outra possibilidade seria suspender as demissões e adotar olay-off para os 798 trabalhadores demitidos.

O desembargador disse ainda que as partes examinarão a possibilidade de utilizar o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). “Nós aqui estamos também avaliando. Sabemos perfeitamente das dificuldades em relação ao panorama econômico do país, das dificuldades da empresa, mas muito mais difícil é a situação dos trabalhadores dispensados”, disse Santos.

A empresa argumentou que houve retração de mercado e apresentou números da produção de veículos: 353 mil em 2013; 240 mil em 2014; e 169 mil unidades em 2015. A GM também argumentou que foi aberto Programa de Demissão Voluntária (PDV) neste ano.

O sindicato apresentou reportagem veiculada pelo Jornal Valor Econômico, afirmando que a GM teve lucro de 301%. O sindicato alegou ainda que, durante o lay-off , entre 9 de março e 8 de agosto deste ano, funcionários fizeram horas extras em quase todos os sábados.

O Ministério Público do Trabalho manifestou-se pela concessão do pedido do sindicato, ou seja, que seja determinada a suspensão das rescisões contratuais, sob alegação de que a GM não teria demonstrado que promoveu a devida negociação coletiva para a dispensa dos 798 trabalhadores.

De acordo com a entidade sindical, a empresa demitiu os funcionários “por telegrama, sem qualquer negociação com o sindicato”. Hoje, a greve dos metalúrgicos da GM completa uma semana e, segundo o sindicato, não tem data para terminar. A exigência é que as demissões sejam suspensas.

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