Aumenta pressão sobre suposto canal secreto entre Rússia e Trump

  • Por Estadão Conteúdo
  • 27/05/2017 12h24
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EFE Donald trump e Jared Kushner - efe

Alguns dos principais assessores do presidente Donald Trump se recusam a comentar sobre os rumores de que Jared Kushner, genro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e conselheiro da Casa Branca, teria criado um canal secreto de comunicação, em conjunto com um diplomata da Rússia, entre a equipe de transição de Trump e o Kremlin.

Perguntas sobre os relatórios surgiram quando o assessor de segurança nacional de Trump, H. McMaster, e o assessor econômico Gary Cohn se reuniram com a mídia na Itália neste sábado, pouco antes de Trump voltar para Washington após sua primeira viagem ao exterior como presidente.

McMaster e Cohn se recusaram a comentar as novas revelações sobre as comunicações de Kushner com o embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Sergey Kislyak. “Não vamos comentar sobre Jared”, disse Cohn. McMaster diz que, em geral, “temos comunicações de canal de retorno com vários países”, e fazer isso “permite que você se comunique de maneira discreta”.

Genro de Trump propôs canal secreto com a Rússia em dezembro

O genro do presidente Donald Trump e atual assessor da Casa Branca, Jared Kushner, propôs um canal secreto entre o Kremlin e a equipe de transição de Trump durante uma reunião em dezembro com um importante diplomata russo.

Kushner conversou com o embaixador Sergey Kislyak sobre a criação dessa linha de comunicação para facilitar discussões sensíveis, com o objetivo de explorar as opções do novo governo com a Rússia em relação à sua política na Síria, de acordo com uma pessoa familiarizada com as discussões.

A intenção era conectar o principal conselheiro de segurança nacional de Trump na época, Michael Flynn, com líderes militares russos, disse esta pessoa, que falou sob condição de anonimato. A Rússia apoia o presidente sírio, Bashar Assad, e tem atuação importante na guerra civil do país.

Em certo momento, a equipe Trump sentiu que não havia necessidade de um canal de volta, uma vez que Rex Tillerson foi confirmado como secretário de Estado, e decidiu se comunicar com Moscou através de canais mais oficiais, de acordo com a fonte. O envolvimento de Kushner foi reportado essa semana pelo jornal The Washington Post.

A Casa Branca já confirmou que Kushner se encontrou com Kislyak na Trump Tower em dezembro. Um funcionário da Casa Branca na época o caracterizou como uma breve reunião de cortesia e confirmou que Flynn estava na sala.

Flynn serviu brevemente como conselheiro de segurança nacional de Trump antes de ser demitido em fevereiro, depois que as autoridades disseram que ele enganou o vice-presidente Mike Pence sobre se ele e o embaixador discutiram as sanções dos EUA contra a Rússia em um telefonema.

Sally Yates, ex-procuradora-geral em exercício, disse ao Congresso este mês que esse engano deixou Flynn vulnerável a ser chantageado pelos russos. Flynn permanece sob investigação federal em Virgínia sobre seus laços comerciais estrangeiros e foi entrevistada pelo FBI em janeiro sobre seus contatos com Kislyak. 

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