Aumento do Cantareira faz medidas como racionamento ainda serem necessárias, avalia especialista

  • Por Jovem Pan
  • 18/02/2015 14h44
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Vista reserva Jaguari-Jacareí Luis Moura/WPP/Folhapress Vista reserva Jaguari-Jacareí

Chuva acima da média em fevereiro faz volume do Cantareira subir novamente: de 8,3% para 8,9%. A alta registrada foi a mais expressiva desde o começo da crise hídrica em 2014.

A Sabesp monitora a recuperação dos mananciais para decidir, em três semanas, sobre a necessidade do racionamento.

O presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Carlos Bocuhy, não acredita em uma recuperação até o fim de março. “Nós chegamos a um limite histórico e isso representa uma dificuldade muito grande de recuperação, mesmo que chova bastante até o final de março”, constata Bocuhy.

Para o especialista, as chuvas e o começo da recuperação são mais um motivo para a adoção de medidas que contenham o uso da água. “As operações climáticas estão cada vez mais respondendo a um ciclo errático”, avalia. “Então, a tomada de medidas como o racionamento, obrigando a população a se adaptar a um sistema de uso racional da água, é cada vez mais necessária para garantir a sustentabilidade do processo (de recuperação)”, afirmou.

A água extraída atualmente do Cantareira faz parte da segunda cota do volume morto.

Em 17 de fevereiro de 2010, o sistema estava com 95% de reserva; em 2011, 87%; 2012, 76%; 2013, com 56% e em 2014, no início da crise, 18,5%, sem contar o volume morto já sendo utilizado.

Carlos Bocuhy lembra que o Cantareira vai voltar à primeira cota do volume morto se o nível subir mais nos próximos dias.

Água dos rios

A diretora da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, diz a Thiago Uberreich que é preciso investir pesado na despoluição dos rios e cita a Billings.

“A poluição é o desperdício mais perverso que a gente pode ter num país como o nosso”, considera Malu. Ela avalia, porém, que é possível utilizar essas águas, analisando os poluentes e combatendo-os. “Olhar para o Rio Pinheiros e para a Billings é um reflexo do descaso, da total desconsideração e degradação a que a gente assiste todos os dias como sendo normal.”

A diretora da Fundação SOS Mata Atlântica lembra ainda que o Estado prevê usar a Billings para amenizar a falta de água em São Paulo.

Os demais mananciais também tiveram elevação nas últimas 24 horas – o Alto Tietê está com 16,3% e a Guarapiranga com 56,3%.

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