Aumento e descontrole de facções na Síria complica solução política

  • Por Agencia EFE
  • 20/02/2015 14h08

Genebra, 20 fev (EFE).- A multiplicação e o descontrole das facções que lutam na guerra civil da Síria dificultam cada vez mais a possibilidade de dar um fim ao conflito com uma solução política, declarou nesta sexta-feira a comissão investigadora da ONU para o país.

Qualquer tentativa de cessar-fogo ou de estabelecer um processo político parece cada vez mais irreal devido à expansão territorial do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), assim como à contínua fragmentação dos grupos filiados ao Exército Livre da Síria.

Sob essa denominação se organizaram os primeiros que começaram a combater em 2011 o regime de Bashar al Assad, ainda no poder.

É assim que enxerga a comissão investigadora que trabalha desde esse ano documentando as graves violações dos direitos humanos cometidos desde a explosão da revolução na Síria, que completará quatro anos em março e que um ano depois se tornou em uma verdadeira guerra civil.

A comissão, dirigida pelo brasileiro Paulo Sergio Pinheiro, apresentará nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, um relatório que analisa os crimes sobre os quais foram reunidas evidências e que, em muitos casos, constituem crimes de guerra e contra a humanidade.

O documento, que abrange o período de março de 2011 a janeiro de 2015, ressalta também que o território conquistado pelo EI enfraqueceu fortemente a influência do Conselho Nacional Sírio – a instância política que tentou representar a oposição síria – sobre o restante de grupos combatentes.

Além disso, aponta para a responsabilidade indireta do Conselho de Segurança das Nações Unidas por seus repetidos fracassos em chegar a um consenso que permitisse que os responsáveis dos atrozes crimes cometidos na Síria respondam por suas ações.

A Rússia, apoiada pela China, se opôs sistematicamente a qualquer resolução contra o governo de Al-Assad. A situação permitiu, segundo a comissão, “que os responsáveis continuem operando com impunidade”. EFE

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