Austrália libertará centenas de crianças de centros de detenção de imigrantes

  • Por Agencia EFE
  • 19/08/2014 00h41

Sydney (Austrália), 19 ago (EFE).- O governo da Austrália colocará em liberdade centenas de crianças e famílias retidas em centros de detenção de imigrantes e dará a elas um visto provisório enquanto tramitam as solicitações de asilo, publicou nesta terça-feira a imprensa local.

A medida afeta somente as famílias das crianças com menos de dez anos de idade que chegaram à Austrália antes de 19 de julho do ano passado e que estão detidas em centros dentro do território continental, segundo a agência local “AAP”.

Um total de 876 menores está internada em centros de detenção australianos, incluídos os da ilha de Christmas e na de Nauru, nação do Pacífico Sul.

O ministro de Imigração, Scott Morrison, defendeu a decisão de excluir desta medida, que prevê implementar antes do fim de ano, os menores reclusos nestes dois centros.

“É importante que libertemos aqueles que estão detidos no território continental”, disse Morrison à emissora local “ABC”, e assinalou que a medida economizará US$ 46,6 milhões ao governo.

Um recente relatório da Comissão de Direitos Humanos denunciou que as crianças detidas nos centros de detenção tentavam se automutilar, sofriam de problemas mentais e não recebiam o cuidado médico necessário, especialmente em Nauru e na ilha Christmas.

A Austrália interna os imigrantes ilegais que tentam chegar à costa em centros de detenção, incluídos dois na ilha de Manus, e na de Nauru enquanto tramitam os pedidos de asilo.

O governo mantém um forte sigilo em torno da situação destas pessoas e das operações da Marinha para bloquear a entrada de embarcações que tentam chegar ao território australiano, apesar das críticas do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados e da Anistia Internacional.

Muitos dos imigrantes fugiram de conflitos como os de Afeganistão, Darfur, Paquistão, Somália e Síria, e outros que escaparam da discriminação ou da condição de apátridas como as minorias rohingya, de Mianmar, ou Bidun, da região do Golfo. EFE

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