Autoridades buscam dono de crematório onde foram achados 60 corpos

Acapulco (México), 6 fev (EFE).- As autoridades do estado de Guerrero, no México, emitiram nesta sexta-feira uma ordem de localização do dono do crematório de Acapulco onde ontem foram encontrados 60 corpos embalsamados.

Em entrevista coletiva no porto de Acapulco, o procurador de Guerrero, Miguel Ángel Godínez, disse que já pediu apoio às autoridades federais e à Polícia Internacional (Interpol) para a localização do proprietário do imóvel, Guillermo Estua Zardain.

O objetivo é que Zardain preste depoimento sobre o incidente no crematório, situado na estrada Cayaco-Puerto Marqués e fechado há mais de um ano, afirmou Godínez, que reconheceu que ainda não há “elementos suficientes para acusar uma pessoa”.

“Estamos investigando” e é prematuro antecipar uma conclusão, ressaltou o procurador, apesar de considerar possível um “delito de fraude por parte do proprietário sobre os familiares dos corpos achados”.

Godínez destacou que até agora “não há indícios de delinquência organizada” por trás do incidente, e acrescentou que à simples vista não parece que entre os 60 corpos haja pessoas falecidas recentemente, embora isso precise ser confirmado pelos peritos.

Por sua parte, o diretor de Serviços Periciais, Manuel Martínez Hernández, antecipou que, pelas condições dos corpos, essas pessoas teriam morrido há aproximadamente seis meses.

No entanto, disse que isso será determinado com precisão em um ou dois dias, quando os peritos terminem os exames para estabelecer “a idade provável, o sexo e o tempo de morte”.

Entre os corpos havia “mulheres, homens e crianças” e estavam “preparados para sua cremação”, disse em comunicado a procuradoria, que abriu uma investigação “pela possível comissão dos delitos contra o respeito aos corpos ou restos humanos, e contra as normas de inumação e exumação”.

“Ao não ter cremado os corpos, foram descumpridas as normas sanitárias de caráter federal, estadual e municipal”, destaca o comunicado.

Os corpos foram achados na noite da quinta-feira no crematório situado na estrada Cayaco-Puerto Marqués, perto da área residencial Diamante, após uma denúncia dos vizinhos, que sentiram o forte odor produzido pelos cadáveres. EFE

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