Autoridades chinesas creem que ainda pode haver sobreviventes em naufrágio

  • Por Agencia EFE
  • 03/06/2015 07h05

Jianli (China), 3 jun (EFE).- As autoridades da China ainda têm esperanças de encontrar “gente com vida” no navio que naufragou na noite de segunda-feira no rio Yang Tsé, no centro do país, onde uma grande equipe de resgate trabalha contra o tempo para encontrar mais de 400 desaparecidos.

“Apesar de ser muito difícil, o objetivo agora é encontrar sobreviventes. Ainda há esperança”, assinalou para um pequeno grupo de meios de comunicação, entre eles a Agência Efe, o diretor adjunto do escritório de informação do Ministério das Relações Exteriores da China, Jian Li, em uma viagem de barco organizada para a imprensa estrangeira até o local do acidente.

Por enquanto, duas embarcações de resgate se encontram no local do acidente à espera da chegada de outras três para decidir o que fazer com o navio naufragado.

“Quando as cinco embarcações estiverem em posição, os especialistas avaliarão a situação. Não só do navio, mas do clima, o estado do rio, etc.”, explicou Jian.

Mais de 36 horas depois do naufrágio, o condado de Jianli continua sendo atingido por intensas chuvas que ontem chegaram a inundar boa parte de seu território e reduziram a visibilidade nas águas do rio.

Até 180 mergulhadores estão tentando analisar o rio e o estado da embarcação, acompanhados de outros 202 trabalhadores das forças especiais.

Uma das possibilidades cogitadas pelas autoridades é abrir vários buracos na quilha, que está acima da superfície da água, mas existe o temor de que isso faça subir o nível da água em seu interior.

As autoridades também estudam utilizar as embarcações de salvamento para tentar desvirar o navio naufragado ou tentar arrastá-lo até a margem, detalhou Jian.

Segundo a Efe constatou, um grande dispositivo de resgate está em volta da quilha do navio e controla a área, muito próxima da margem do rio, o mais caudaloso da China, cuja temperatura está em cerca de 10 graus centígrados, declarou à Efe um soldado de sobrenome Zhang, que participa dos trabalhos de resgate.

As autoridades não sabem se tomarão a decisão hoje ou amanhã, enquanto a preocupação dos familiares dos desaparecidos aumenta. Os parentes estão alojados em hotéis de Jianli à espera que o governo lhes ofereça um relatório do andamento dos trabalhos de resgate.

Até o momento, os entes queridos das pessoas que estavam no navio afundado não puderam ter acesso ao lugar onde trabalham aproximadamente 4,6 mil efetivos de bombeiros, policiais e militares no rio Yang Tsé.

“Disseram-nos que seria contraproducente”, comentou para a Efe uma mulher de cerca de 50 anos, cujo marido estava na embarcação.

Os últimos números oficiais falam de 18 mortos e 14 sobreviventes, o que deixa um total de 424 desaparecidos, num acidente que pode se transformar em uma das piores tragédias fluviais da história da China. EFE

tg/rpr

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