Autoridades dizem que Nápoles abriga “Exército do mal” com 2 mil jovens

  • Por Agencia EFE
  • 11/09/2015 12h59

Roma, 11 set (EFE).- O subsecretário do Ministério do Interior italiano, Domenico Manzione, garantiu nesta sexta-feira que em Nápoles existe um “Exército do mal” composto por 34 grupos criminosos e 2 mil jovens “impiedosos e ousados”.

Manzione respondeu assim hoje na câmara dos Deputados a uma pergunta do Movimento 5 Estrelas por conta dos últimos episódios violentos, entre eles a morte de um menino em Nápoles por supostos membros menores de idade da Camorra, a máfia local.

“A situação napolitana necessita de um esforço particular não só no desdobramento policial, que existe já há muito tempo, mas na capacidade profunda de ler e compreender a complicada realidade criminosa deste território”, acrescentou o subsecretário de Interior.

A diferença do fenômeno criminal entre Nápoles e outras cidades, explicou o responsável de Interior, é que a “delinquência se manifesta através de grupos com forte rivalidade entre eles e formados por jovens ousados e impiedosos”.

Segundo o subsecretário, em Nápoles existem atualmente 34 entre clãs e grupos criminosos que contam com quase 2 mil filiados.

Manzione explicou que as atividades criminosas destes grupos vão desde o tráfico de droga à extorsão, a usura, o contrabando e as apostas ilegais.

O subsecretário do Interior respondia às perguntas enquanto era realizado em Nápoles o funeral de Gennaro Cesarano, conhecido como Genny, um menino de 17 anos que foi assassinado a tiros no domingo em uma praça localizada em um dos bairros mais conflituosos da capital da região de Campânia.

O assassinato de Genny aconteceu após vários episódios de violência nesta área. Segundo a polícia, esse pode ser o início de uma “guerra” para tomar o controle das atividades ilegais.

Genny, que tinha antecedentes por tentativa de roubo, frequentava uma associação que ajuda na reinserção de meninos que caíram nas máfias.

A família do jovem assegura que ele não era um criminoso e que foi assassinado por erro, enquanto as investigações policiais apontam que Genny foi uma vítima escolhida.

O funeral do menino serviu hoje para que centenas de jovens napolitanos fossem à paróquia e fizessem uma chamada contra a presença da Camorra. EFE

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