Autoridades dos EUA estão preocupadas com suposta presença do EI na fronteira

  • Por Agencia EFE
  • 08/09/2014 16h53

Tucson (EUA), 8 set (EFE).- Algumas autoridades locais dos Estados Unidos estão preocupadas com a possibilidade que integrantes do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) possam entrar no país pela fronteira com o México e solicitaram ao governo federal medidas preventivas.

“É uma preocupação que temos, pois o EI vem falando diretamente sobre a fronteira. Acreditamos que o governo federal, assim como o Serviço de Alfândega e Proteção da Fronteira (CBP, sigla em inglês), necessita tomar medidas antes que eles consigam chegar ao nosso país”, disse à Agência Efe Shawn Moran, vice-presidente do Conselho Nacional da Patrulha da Fronteira (NBPC, sigla em inglês).

O sindicato, que representa cerca de 17 mil agentes da Patrulha da Fronteira, considera que não se deve esperar por um possível “ataque” contra as forças de segurança e civis, por isso acredita que é melhor tomar todas as medidas preventivas possíveis.

Vários rumores sobre uma suposta parceria entre membros do EI e cartéis mexicanos para que os terroristas pudessem atravessar a fronteira inundou as redes sociais nas últimas semanas.

“Estamos recebendo toda hora relatos sobre esses grupos que querem causar prejuízo aos EUA. Obviamente, isso diz respeito aos três níveis de governo, inclusive nós mesmos, por isso estamos preparados para responder a qualquer tipo de situação, seja o tráfico de drogas, sejam imigrantes ilegais e, neste caso, possíveis terroristas”, disse à Efe Tony Estrada, xerife da cidade de Nogales (Arizona).

No entanto, afirmou que não há nenhuma informação até o momento que indique a possível presença de membros do EI na fronteira.

Os jihadistas não conseguiriam entrar facilmente no país, pois a segurança na fronteira é a mais intensa dos últimos anos, especialmente no Texas, devido à crise pela chegada de dezenas de milhares menores desacompanhados vindos da América Central nos últimos meses.

O governador do Texas, Rick Perry, enviou mil soldados da Guarda Nacional para a fronteira com o México, onde estão trabalhando em conjunto com a Polícia Estadual e a Patrulha da Fronteira para combater a imigração ilegal.

Além das forças governamentais, há o ressurgimento das milícias civis na fronteira, onde fazem patrulhas e vigiam suas propriedades para evitar a entrada de imigrantes ilegais.

Outra conhecida autoridade que também manifestou sua preocupação com a possível presença de membros do EI na fronteira com o México é o polêmico xerife do condado de Maricopa, no Arizona, Joe Arpaio, que chegou a sugerir publicamente que as autoridades federais trabalhassem com as mexicanas para detectar e conter os grupos terroristas.

Arpaio, um conhecido crítico da Administração do presidente Barack Obama, disse em recente entrevista à emissora “Newsmax” que os grupos terroristas estão “bem informados” sobre a situação na fronteira e que a chegada dos menores centro-americanos nos últimos meses pode ter sido um “convite” para os radicais islamitas.

Além disso, Arpaio concordou com o governador Perry, que chegou a dizer que existe uma “possibilidade muito real” que alguns membros do EI possam ter entrado nos EUA pela fronteira com o México.

Por outro lado, o governo do México, através de sua embaixada em Washington, garantiu que não há indícios de que os extremistas tenham entrado nos EUA através do seu território e lembrou que existe “comunicação permanente e troca de informações” entre os dois países.

Obama deve detalhar na próxima quarta-feira em uma mensagem à nação seu plano para “derrotar” o EI, que controla grandes partes da Síria e do Iraque e foi responsável pela execução dos jornalistas americanos Steven Sotloff e James Foley. EFE

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