Autoridades turco-cipriotas suspendem obrigação de visto de entrada

  • Por Agencia EFE
  • 15/05/2015 10h02

Nicósia, 15 mai (EFE).- As autoridades turco-cipriotas levantaram nesta sexta-feira a obrigação de visto para entrar na República Turca do Norte do Chipre (RTNC), território não reconhecido pela ONU.

Assim anunciou o enviado especial da ONU para o Chipre, Espen Barth Eide, ao término da primeira reunião entre os líderes das comunidades greco e turco cipriota, Nicos Anastasiades e o recém-eleito Mustafá Akinci, que retomaram hoje as negociações de paz, suspensas há mais de oito meses.

A abolição dos vistos faz parte das medidas de confiança mútua estipuladas durante este primeiro encontro que serviu para definir a estrutura do novo diálogo, o mandato de seus respectivos negociadores, assim como a frequência de seus encontros.

Em troca desta concessão por parte do novo presidente da RTNC, Anastasiades entregou a seu interlocutor turco-cipriota os mapas de 28 campos minados no norte do Chipre, perto da cordilheira de Pentadaktilos.

“Como sinal de sua vontade e empenho comum, os dois líderes acordaram trabalhar conjuntamente sobre um número de medidas de confiança” que resultará em benefício de ambas comunidades, explicou Eide ao término da reunião que durou quase quatro horas, realizada no velho aeroporto de Nicósia, sede da força da ONU para a manutenção da paz no Chipre (UNFICYP).

O procedimento dos vistos esteve em vigor desde 2003, quando foram abertos pela primeira vez pontos de controle para atravessar desde e para o norte do Chipre, ocupado pela Turquia desde 1974.

Apenas a comunidade turco-cipriota exigia vistos, um breve documento no qual havia que introduzir os dados pessoais e que era solicitado nos pontos fronteiriços; a parte grego-cipriota não o requeria aos cidadãos do norte.

Esta obrigação desanimou muitos gregos-cipriotas a atravessar para o norte, não tanto pelo trâmite que é rápido, mas pelo “gole amargo” que supunha pedir um visto à polícia de imigração turco-cipriota para chegar a um território que um dia foi grego-cipriota. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.