Auxiliar de enfermagem espanhola com ebola gera anticorpos, e vírus retrocede
Madri, 13 out (EFE).- A auxiliar de enfermagem espanhola que sofre de ebola, Teresa Romero, está gerando anticorpos, e a carga viral em seu corpo diminuiu, informou nesta segunda-feira à Agência Efe o professor Luis Enjuanes, membro do comitê criado para o acompanhamento do surto deste vírus.
Romero, que foi infectada com o vírus quando atendia o missionário espanhol Manuel García Viejo, repatriado de Serra Leoa e que morreu pouco depois em consequência do ebola, “não perdeu as faculdades mentais em nenhum momento”, segundo Enjuanes.
Este professor de Pesquisa do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha e que faz parte do Comitê Científico sobre o ebola, destacou que a paciente gerou por si própria anticorpos contra o vírus.
Na evolução da paciente influi “muito” o fato de ser jovem – 44 anos -, porque a força do sistema imunológico está muito relacionada com a idade, assinalou.
Além disso, a função do fígado foi recuperada “em grande parte”, segundo disse ao ressaltar que é preciso manter as reservas porque estes pacientes têm uma falta de função dos pulmões que é muito grande em sua recuperação e pode representar uma complicação grave a qualquer momento.
Com os dois tratamentos que foram aplicaram à paciente – um de anticorpos produzidos a partir do plasma de um doador, a freira Paciencia Melgar, e um antiviral, “a carga viral diminuiu de forma muito acentuada”, ressaltou o especialista.
Luis Enjuanes disse não acreditar que a paciente ficará com alguma sequela, e explicou que a falta de função dos pulmões é consequência de “uma inflamação”
O professor também afirmou que os especialistas em laboratório não têm “risco” ao realizar as avaliações das análises com o ácido nucleico do vírus, pois são acrescentadas às amostras biológicas do paciente um liquido que inativa completamente qualquer vírus infeccioso.
O risco destes profissionais é “quase nulo” e se limita a uma única etapa, que dura segundos e que é realizada em laboratórios de contenção virológica e em cabines de segurança biológica.
Enjuanes declarou ainda que os cães podem ser infectados pelo vírus do ebola, mas não está “muito clara” a transmissão potencial do vírus do animal ao homem – só há um trabalho científico que indica que pode ocorrer.
Nesse contexto, o cientista se referiu ao cachorro da paciente, chamado Excalibur, que foi sacrificado como medida preventiva.
“Todos sentimos por sacrificar um animal que não tem culpa nenhuma, mas dadas as circunstâncias, parece que foi prudente”, concluiu. EFE
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