Avelino Corma, Marl E. Davis e Galen D. Stucky levam Príncipe das Astúrias
Oviedo (Espanha), 28 mai (EFE).- Os químicos Avelino Corma, Mark E. Davis e Galen D. Stucky foram agraciados nesta quarta-feira com o Prêmio Príncipe das Astúrias de Investigação Científica e Técnica pelo trabalho desenvolvido em materiais microporosos e mesoporosos.
Os três químicos citados – um espanhol e dois americanos, respectivamente – averiguaram materiais e processos que servem para reduzir as emissões de poluentes de veículos e fábricas, melhorar os alimentos, purificar águas e desenvolver novos remédios e materiais sanitários.
O ata do júri destaca que os três pesquisadores realizaram “notabilíssimas contribuições” aos projetos e métodos de sínteses destes materiais, ao estudar suas propriedades e o desenvolvimento de suas aplicações em diversos campos.
Entre as áreas de aplicação, detalha a ata, estão a indústria petroquímica, os plásticos biodegradáveis e a purificação de águas, além da melhora da qualidade dos alimentos, os novos remédios e os materiais sanitários revolucionários, os materiais optoeletrônicos e os elementos redutores das emissões de poluentes.
A indicação dos três químicos foi apresentada pelo Conselho de Governo da Universidade Politécnica de Valência e apoiada, entre outros, por Santiago Grisolía, Prêmio Príncipe de Astúrias de Pesquisa Científica e Técnica de 1990.
Os três químicos agraciados ocupam uma posição de vanguarda em nível internacional no âmbito da criação de novos materiais, principalmente no campo dos microporosos e mesoporosos.
Os primeiros se caracterizam por possuir uma estrutura com poro de diâmetro inferior aos dois nanômetros, entre os quais se encontram zeólitas e aluminosilicatos naturais ou artificiais, de extraordinárias propriedades absorventes e como catalisadores industriais.
Os segundos têm poros de até 50 nanômetros de diâmetro e abrangem substâncias como diversos tipos de sílice, alumina ou óxidos de diferentes elementos mecânicos.
Avelino Corma Canós (Moncófar, Castellón, 1951) se formou em Química na Universidade de Valência e, em 1979, foi incorporado ao Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) como investigador, passando a ser professor de pesquisa em 1987.
Entre 1990 e 2010, ele dirigiu o Instituto de Tecnologia Química, pertencente à Politécnica de Valência e ao CSIC, considerado um dos centros de referência no campo dos processos catalíticos.
Reconhecido como uma autoridade internacional no campo da catálise heterogênea, Corma trabalha na criação de nova matéria composta de nanoporos que se formam por auto-montagem de moléculas orgânicas e inorgânicas.
Mark E. Davis (Ellwood City, Pensilvânia, EUA, 1955) estudou Engenharia Química na Universidade de Kentucky, na qual se formou doutor em 1981, e foi docente na Virgínia Polytechnic and State University até 1990.
Durante as décadas de 80 e 90, Davis iniciou vários programas de sínteses de materiais e criou novas classes de catalisadores e peneiras moleculares.
Pelo fato de sua mulher sofrer de câncer de mama, dirigiu seus esforços em direção à busca de novas vias de administrar os tratamentos contra o câncer de maneira mais específica.
Galen D. Stucky (McPherson, Kansas, 1936) se formou em Química e Física no McPherson College (1957), se doutorou em Química Física (1962) na Iowa State University e, em 1985, ingressou como docente na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, onde atualmente é professor.
O trabalho de Stucky figura na vanguarda da demonstração de como os materiais porosos podem ser seletivamente transformados nas morfologias desejadas para aplicações ópticas, de catálise e de separação.
Também desenvolveu estudos in vivo de biomineralização que, atualmente, está sendo aplicado à sínteses de materiais in vitro.
A candidatura dos três químicos se impôs nas últimas votações sobre a integrada pelos espanhóis Carlos López Otín e Elías Campo, junto ao britânico Michael Stratton, por seus trabalhos para o sequenciamento do genoma da leucemia linfática crônica.
O prêmio está dotado com uma escultura desenhada por Joan Miró – símbolo representativo do prêmio -, assim como 50 mil euros, um diploma e uma insígnia.
Em sua 34ª edição, o Príncipe das Astúrias já entregou os prêmios de Artes (Frank Gehry), Ciências Sociais (Joseph Pérez) e Comunicação e Humanidades (Quino). EFE
lj/fk
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