Avião que caiu com executivos do Bradesco não tinha caixa-preta
O avião que caiu com executivos do Bradesco não tinha caixa-preta de dados. A informação foi obtida com exclusividade pelo repórter Daniel Lian, da rádio Jovem Pan.
O equipamento não é obrigatório em alguns tipos de aeronaves, mas é um item de extrema importância e que ajudaria a elucidar as causas do acidente. Já a caixa-preta de voz será analisada pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
No dispositivo há a gravação das conversas dos pilotos no cockpit da aeronave. A avaliação das falas pode contribuir com as investigações. Questionada pela Jovem Pan, a Anac não respondeu sobre a obrigatoriedade.
Para o especialista em segurança de vôo, comandante Décio Correia, é inaceitável que os equipamentos não saiam de fábrica nos aviões e não sejam obrigatórios, até porque é a segurança que está em jogo.
“Determinado padrão de aeronave já sai de fábrica, é mandatório, com esse equipamento. Tanto o CVR, que é o cockpit voice recorder, como o FDR, que é o flight data recorder, que grava os parâmetros de voo”, explica.
Segundo Correia, o recurso de gravação de voz, às vezes, não é fundamental, “porque não se ouve nada ou não existe nenhuma informação ali que possa te ajudar em um acidente”.
No entanto, o FDR fornece os parâmetros de motor, velocidade, rotações do motor, assim como seu eventual desligamento. “Ou seja, todo o sistema de voo. Tudo isso que analisando esses dados você sabe o que aconteceu com o avião. Em aviação nós vamos ficar brincando de não ter isso?”, questiona.
A presidente Dilma Rousseff enviou carta de condolências aos familiares e amigos das vítimas da queda. Na nota, além da citação dos pilotos, ela exaltou a trajetória dos executivos do Bradesco à frente de seus cargos, na organização que segundo ela sempre acreditou no Brasil.
O Cenipa informou que a maior parte do avião ficou enterrada a cinco metros de profundidade. Os corpos do presidente da Bradesco Seguros, Marco Antônio Rossi, do presidente da Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flávio Conduru de Oliveira; do piloto Ivan Vallim e do copiloto Francisco Henrique Tofoli ficaram irreconhecíveis e terão que ser identificados através de exame de DNA. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião não tinha restrições para voo. A queda ocorreu em uma fazenda situada próxima à divisa dos municípios de Catalão, em Goiás, e Guarda-Mor, em Minas Gerais.
A Aeronáutica ainda trabalha nas apurações para saber as causas da tragédia. Um laudo preliminar deve sair em até 30 dias.
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