Avião que caiu com executivos do Bradesco não tinha caixa-preta

  • Por Jovem Pan
  • 11/11/2015 20h00
VAZIO,MG,11.11.2015:QUEDA-AVIÃO-BRADESCO-MORTES - Resgate dos destroços do avião do Bradesco que caiu em uma fazenda que fica entre o distrito de Santo Antônio do Rio Verde, município de Catalão, no sudeste de Goiás, e a cidade de Guarda-Mor, em Minas Gerais, nesta quarta-feira (11). O acidente causou a morte do vice presidente do banco, Marco Antônio Rossi; do presidente do Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flávio de Oliveira; do piloto Ivan Morenilla Vallim; e do copiloto Francisco Henrique Tofoli Pinto. (Foto: Edson Produções/Futura Press/Folhapress) Folhapress Avião que caiu com executivos do Bradesco não tinha caixa-preta

O avião que caiu com executivos do Bradesco não tinha caixa-preta de dados. A informação foi obtida com exclusividade pelo repórter Daniel Lian, da rádio Jovem Pan.

O equipamento não é obrigatório em alguns tipos de aeronaves, mas é um item de extrema importância e que ajudaria a elucidar as causas do acidente. Já a caixa-preta de voz será analisada pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

No dispositivo há a gravação das conversas dos pilotos no cockpit da aeronave. A avaliação das falas pode contribuir com as investigações. Questionada pela Jovem Pan, a Anac não respondeu sobre a obrigatoriedade.

Para o especialista em segurança de vôo, comandante Décio Correia, é inaceitável que os equipamentos não saiam de fábrica nos aviões e não sejam obrigatórios, até porque é a segurança que está em jogo.

“Determinado padrão de aeronave já sai de fábrica, é mandatório, com esse equipamento. Tanto o CVR, que é o cockpit voice recorder, como o FDR, que é o flight data recorder, que grava os parâmetros de voo”, explica.

Segundo Correia, o recurso de gravação de voz, às vezes, não é fundamental, “porque não se ouve nada ou não existe nenhuma informação ali que possa te ajudar em um acidente”.

No entanto, o FDR fornece os parâmetros de motor, velocidade, rotações do motor, assim como seu eventual desligamento. “Ou seja, todo o sistema de voo. Tudo isso que analisando esses dados você sabe o que aconteceu com o avião. Em aviação nós vamos ficar brincando de não ter isso?”, questiona.

A presidente Dilma Rousseff enviou carta de condolências aos familiares e amigos das vítimas da queda. Na nota, além da citação dos pilotos, ela exaltou a trajetória dos executivos do Bradesco à frente de seus cargos, na organização que segundo ela sempre acreditou no Brasil.

O Cenipa informou que a maior parte do avião ficou enterrada a cinco metros de profundidade. Os corpos do presidente da Bradesco Seguros, Marco Antônio Rossi, do presidente da Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flávio Conduru de Oliveira; do piloto Ivan Vallim e do copiloto Francisco Henrique Tofoli ficaram irreconhecíveis e terão que ser identificados através de exame de DNA. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião não tinha restrições para voo. A queda ocorreu em uma fazenda situada próxima à divisa dos municípios de Catalão, em Goiás, e Guarda-Mor, em Minas Gerais.

A Aeronáutica ainda trabalha nas apurações para saber as causas da tragédia. Um laudo preliminar deve sair em até 30 dias.

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