Aviões tripulados e drones dos EUA buscam meninas sequestradas na Nigéria
Washington, 14 mai (EFE).- Aviões tripulados e drones americanos estão fazendo voos de reconhecimento na Nigéria para buscar o paradeiro das mais de 200 meninas sequestradas pela milícia radical islâmica Boko Haram, informou nesta quarta-feira o Pentágono.
Os aviões não estão armados e estão reunindo informação de inteligência que, por enquanto, não está sendo compartilhada com o governo nigeriano até que sejam acordados os protocolos para compartilhar dados delicados.
“Os Estados Unidos estão usando aviões tripulados e não tripulados, embora não possamos detalhar que tipo de plataformas”, disse o porta-voz adjunto do Pentágono, coronel Steve Warren.
Uma funcionária do Departamento de Estado disse hoje que as autorizações para sobrevoar o espaço aéreo da Nigéria foram estipuladas e possivelmente também incluem Camarões e Chade, onde os militantes de Boko Haram costumam operar.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, insistiu que os Estados Unidos estão assessorando o governo nigeriano em seus esforços para localizar as adolescentes e que sejam resgatadas de maneira segura, mas descartou o envio de tropas.
“No momento não estamos considerando ativamente o envio de tropas americanas para participar de uma missão combinada de resgate”, afirmou.
Carney afirmou que a equipe militar que participa das missões de resgate está apenas “assessorando”, já que a Nigéria é uma “nação soberana” e destacou a dificuldade da busca em uma área que comparou com o estado da Virgínia Ocidental.
Os Estados Unidos estabeleceram em sua embaixada em Abuja, capital da Nigéria, uma célula de coordenação com cerca de 30 pessoas do Departamento de Defesa, do Departamento de Estado e do FBI.
Além disso, o Pentágono está utilizando imagens de satélites para examinar as zonas florestadas onde poderiam ter escondido as meninas, que foram sequestradas em massa há um mês.
A equipe de inteligência e operações de resgate dos Estados Unidos é complementada com outros procedentes do Reino Unido e da França.
As Forças Armadas nigerianas, pouco profissionais e com baixos recursos, ainda não conseguiram avanços significativos na operação de resgate.
O Pentágono esclareceu que sua equipe enviada à Nigéria, que faz parte do Comando da África, não vai participar de missões de resgate armados que ponham em risco vidas de americanos.
Uma fonte do governo dos Estados Unidos disse hoje que estão trabalhando contra o tempo com as autoridades nigerianas, embora tenha reconhecido que ainda não sabem “onde estão” as sequestradas.
Os Estados Unidos afirmaram que as cerca de duas semanas que levaram para anunciar a ajuda para localizar as estudantes são justificadas pelo fato de que o governo de Abuja demorou para responder às ofertas de ajuda americana. EFE
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