Bachelet adia visita oficial ao Paraguai por reforma ministerial
Santiago do Chile, 10 mai (EFE).- A presidente do Chile, Michelle Bachelet, adiou neste domingo uma visita oficial ao Paraguai prevista para amanhã, informou o governo.
A viagem de dois dias respondia a um convite do presidente do Paraguai, Horacio Cartes, com o objetivo de estreitar as relações econômicas e comerciais entre os dois países.
O adiamento da viagem ocorreu por causa da reforma promovida pela presidente chilena em sua equipe de governo, após ter pedido a renúncia de todos os seus 23 ministros na última quarta-feira.
Bachelet disse que decidiria em 72 horas sobre quem deixaria o governo, prazo que se encerrou ontem, quando a presidente informou que anunciará o novo ministério amanhã.
De acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Chile, o chanceler Heraldo Muñoz entrou em contato com o líder da diplomacia paraguaia, Eladio Loizaga, para explicar os motivos do adiamento da visita.
Segundo o texto, Loizaga “expressou sua compreensão pela postergação da visita, que será marcada pelos canais diplomáticos para uma data próxima”.
Acrescentou também que Cartes entende a situação e demonstrou seu apoio a Bachelet, reiterando que o convite para visitar o Paraguai segue em aberto.
Sobre a reforma ministerial, apesar da expectativa sobre os novos nomes que farão parte do governo, Bachelet permaneceu enclausurada em sua residência oficial em Santiago desde a sexta-feira, trabalhando em absoluto sigilo.
A decisão de reestruturar o gabinete foi motivada por uma série de escândalos de corrupção revelados nos últimos meses, que envolvem parlamentares, dirigentes políticos, empresários e executivos.
A própria presidente foi citada em um dos casos por causa das denúncias contra seu filho, Sebastián Dávalos, acusado de tráfico de influência e uso de informação privilegiada em uma milionária negociação imobiliária.
Bachelet, que sofreu uma grande queda na popularidade após o escândalo, nomeou uma comissão especial que propôs uma série de medidas para melhorar a transparência da política, iniciativas que devem se transformar em projetos de lei nos próximos meses.
Até agora, só o ministro das Relações Exteriores do Chile, Heraldo Muñoz, foi mantido no cargo pela presidente do país. EFE
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