Bachelet cita derrota da desigualdade como prioridade do novo Governo chileno
Santiago do Chile, 11 mar (EFE).- “O Chile tem apenas um grande adversário. Chama-se desigualdade e só juntos podemos derrotá-la”, proclamou nesta segunda-feira Michelle Bachelet em seu primeiro discurso como nova presidente da República.
Desde um balcão do palácio da Moeda (sede do Executivo) e acompanhada de sua mãe, Ángela Jeria, Bachelet disse perante milhares de pessoas congregadas na praça da Constituição que voltou para cumprir com um programa de governo que consiga fazer do Chile uma pátria melhor.
A nova presidente, que já governou entre 2006 e 2010, sucedeu hoje na chefia do Estado chileno Sebastián Piñera, que nas últimas semanas insistiu que os números demonstram que entrega o país melhor do que recebeu das mãos da própria Bachelet.
Em sua primeira alocução pública após seu retorno ao poder, Bachelet enumerou os principais eixos de seu programa de Governo e reiterou seu compromisso de cumpri-lo.
“Há quatro anos, atravessei esta mesma porta pela qual voltei a entrar e os senhores me acompanharam nesta despedida. Hoje voltam a estar comigo nesta casa dos presidentes e das presidentas do Chile”, disse em um emocionado discurso.
Bachelet, filha de um general leal ao presidente Salvador Allende que foi assassinado durante a ditadura, proclamou que sabe “de primeira mão o que é lutar por uma pátria livre, sem enclaves autoritários, onde a maioria não seja vetada por uma minoria”.
“Vamos levar adiante o programa de Governo com o qual nos comprometemos com os senhores e vamos fazê-lo em um marco de diálogo com todas as forças políticas e sociais”.
Michelle deixou claro que esse diálogo terá como objetivo avançar no cumprimento do programa eleitoral com o qual em 15 de dezembro derrotou amplamente a candidata da direita, Evelyn Matthei.
“Este é nosso mandato cidadão e para isso voltei a ser presidente do Chile”, anunciou Bachelet, convencida de que “pode ter um Chile diferente e muito mais justo”.
“Meu compromisso é que esta seja a Praça da Constituição, de uma Constituição nascida na democracia”, disse em alusão a um de seus principais compromissos de governo.
A novo presidente também se referiu aos problemas do sistema educacional, a principal causa das mobilizações sociais que teve que enfrentar seu antecessor e inclusive ela mesma nos primeiros meses de seu primeiro mandato.
“Sei de primeira mão o que a educação pública pode oferecer a uma pessoa. Eu sou filha da educação pública e meu compromisso é que no Chile todos tenhamos essas mesmas oportunidades”, assegurou.
E Michelle também se referiu à necessidade de uma reforma tributária “para que paguem mais os que mais têm”, os compromissos em matéria laboral e a melhora do sistema de saúde.
Além das milhares de pessoas que a ovacionaram em várias ocasiões, a governante foi recebida pelos novos ministros de seu gabinete e os ex-presidentes Ricardo Lagos (2000-2006) e Eduardo Frei (1994-2000). EFE
mf/ff
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